Brasil tem potencial para se tornar grande fornecedor de hidrogênio verde
Isso ocorre pois a localização geográfica, as bacias hidrográficas e a luz solar tornam o país propício para isso
Em um momento em que o mundo vive uma crise climática e a Europa um questionamento sobre sua geração de energia, especialmente com a aprovação do Pacto Verde Europeu, o Brasil passa por um momento incerto em relação ao mercado.
Na geração de energia limpa, porém, o Brasil tem um grande potencial. Isso ocorre pois a localização geográfica, as bacias hidrográficas e a luz solar tornam o país propício para isso.
Na prática, a participação já é grande: 43% de toda a matriz energética brasileira é limpa. O embaixador Alexandre Ghisleni acredita que o país tem um potencial interessante para oferecer ao mundo.
“O Brasil tem um potencial enorme em energias renováveis, não só por todo o histórico que a gente tem no etanol e no desenvolvimento de biocombustíveis e biodiesel, mas porque temos uma tecnologia para oferecer para o mundo que já está sendo útil para muitos países. A Índia resolveu seguir um caminho muito similar à brasileira, com adoção de 20% de etanol na gasolina, ou seja, é uma revolução no mercado internacional”, explica o embaixador.
Ghisleni conta que já há desdobramentos similares com interesse da parte da indonésia e outros atores, em adotar políticas similares de biocombustíveis. “Podemos oferecer muito para o mundo, mas o nosso potencial exportador é relativamente limitado, até pela falta atual de um mercado internacional de etanol e de biocombustíveis como uma commodity.”
Novas formas de energia
Um elemento químico muito presente no ambiente e que agora desponta como gerador de energia é o hidrogênio. O hidrogênio verde, derivado da água, num processo de extração que usa energia elétrica renovável para quebrar a molécula e separar o hidrogênio gasoso do oxigênio está em alta no mercado, como explica o embaixador.
“Existe uma demanda imensa por parte de países desenvolvidos por fornecedores diversificados, o Brasil é procurado pra isso. Já existe um esboço de produção em massa de hidrogênio verde em todas as suas formas.”
De acordo com a Agência Internacional de Energia, apenas a substituição do hidrogênio “cinza” pelo verde ajudaria a economizar cerca de 830 milhões de toneladas de carbono por ano, o equivalente às emissões do reino unido e da indonésia.
Um estudo realizado pela Bloomberg projeta o brasil como um dos únicos capazes de oferecer hidrogênio verde a um custo inferior a US$ 1 por quilo até 2030. Atualmente, segundo a consultoria Enerdata, o país é o terceiro que mais produz energia renovável no mundo, atrás apenas da Noruega e da Nova Zelândia.