Produção de carne sustentável do Pantanal cresceu 97% em 2022
Outro número expressivo com relação à carne é da área certificada, com crescimento de 54% em relação ao ano de 2021
A Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO) apresentou um crescimento expressivo na produção de carne sustentável e orgânica.
De acordo com o balanço de 2022 da associação, o número de abates cresceu 97% em relação ao ano anterior, no qual foram contabilizadas 39,9 mil cabeças de gado certificado, um aumento relevante para a pecuária sustentável e orgânica do Pantanal. Os abates de cabeças de gado sustentável e orgânico chegaram a 78,7 mil em 2022, o que representa 14,5 mil toneladas de carne certificada.
Outro número expressivo é da área certificada, com crescimento de 54% em relação ao ano de 2021, com 1,1 milhão de hectares e 181 fazendas listadas. Já o número de associados da ABPO subiu de 38 para 96, e estão distribuídos em mais de oito regiões do Mato Grosso do Sul, incluindo Campo Grande e Corumbá.
“A pecuária do Pantanal é referência na produção do gado sustentável e o aumento expressivo dos números da ABPO mostram que o produtor pantaneiro está interessado em agregar boas práticas de manejo a sua produção; e isso é bom para o consumidor final, que procura uma carne de qualidade aliado à conservação do bioma Pantanal”, comenta Eduardo Cruzetta, presidente da ABPO.
Em conjunto com o aumento de abates, também houve crescimento da bonificação que o Estado oferece aos pecuaristas.
Segundo a Semadesc, o Programa Carne Sustentável, realizado pelo governo do Mato Grosso do Sul, chegou a R$ 9,1 milhões em descontos, contra R$ 5,2 milhões em 2021.
Essa ação diminui o imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 50% para os produtores que escolhem o sistema de produção sustentável do Pantanal e em 67% para quem escolhe o modelo orgânico. Dos 135,3 mil animais certificados que foram abatidos desde 2019, 128,8 mil receberam essa bonificação, de acordo com a Semadesc.
Para 2023, a ABPO pretende avançar em relação à indicação geográfica (IG) da carne pantaneira, para trazer reconhecimento ao homem do campo do Pantanal e ampliar a produção do gado sustentável na região. Esses fatores, alinhados com uma sustentabilidade econômica e social, garantem a manutenção da cultura pantaneira, a permanência do homem no campo e melhoram a rentabilidade da atividade pecuária na região.
“A ABPO está sendo cada vez mais reconhecida por ser uma articuladora entre instituições e a sociedade. Visamos valorizar e continuar dando suporte aos produtores e seus técnicos para a certificação sustentável e orgânica, sempre dialogando sobre as oportunidades com nossos associados, a sociedade, produtores, sindicatos e representantes legais na esfera estadual e no âmbito federal”, diz Cruzetta.