Lula propõe criação de Parlamento Amazônico
Além disso, Lula anunciou a criação do Observatório Regional da Amazônia, que terá como objetivo monitorar dados para orientar políticas públicas relacionadas a secas
No sábado (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva proferiu um discurso no encerramento da Reunião Técnico-Científica da Amazônia, realizada em Letícia, Colômbia.
O evento, organizado pelo governo colombiano do presidente Gustavo Petro, teve como foco temas como a proteção dos povos indígenas, o avanço da ciência e tecnologia, a bioeconomia e o combate aos crimes transnacionais.
Foto: Cláudio Kbene/PR
Durante seu pronunciamento, Lula enfatizou a importância do fortalecimento da cooperação entre os países amazônicos.
Ele propôs a criação de um Fórum de Cidades Amazônicas e um Parlamento Amazônico, a fim de valorizar o papel dos prefeitos, governadores e parlamentares no desenvolvimento de políticas públicas que considerem o conhecimento local.
Além disso, Lula anunciou a criação do Observatório Regional da Amazônia, que terá como objetivo monitorar e sistematizar dados para orientar políticas públicas relacionadas a secas, cheias, incêndios e contaminação das águas.
“Proponho ainda a formação de um comitê de especialistas da Amazônia, inspirado no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), para gerar conhecimento científico e fornecer recomendações” disse Lula.
Amazônia
O presidente brasileiro destacou a necessidade de dar à Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) a atenção merecida, mencionando que a Cúpula da Amazônia, que ocorrerá em Belém em agosto, será um momento crucial para o fortalecimento do mecanismo regional.
Ele também defendeu a proposta de unificar a meta de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.
Lula criticou os atuais espaços de governança global, argumentando que países com vastas extensões florestais, como Brasil, Colômbia e Equador, deveriam ter maior representatividade. Ele apontou a necessidade de considerar suas perspectivas em fóruns internacionais, questionando a lógica excludente de instituições como o Fundo Global para o Meio Ambiente.
COP 30
O ex-presidente ressaltou que a Amazônia será o centro das atenções geopolíticas nos próximos anos, culminando na realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, em 2025.
Ele também mencionou a importância de criar políticas que atendam às necessidades da população amazônica, especialmente nas áreas urbanas, buscando um desenvolvimento sustentável que aborde as dimensões econômicas, sociais e ambientais.
A Cúpula da Amazônia, que ocorrerá em Belém em agosto, reunirá os presidentes do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, além de líderes da França, Congo e Indonésia, entre outros países. O evento busca fortalecer a OTCA e promover a cooperação regional para enfrentar os desafios ambientais e sociais na região amazônica.
Por Agência Brasil com edição de Guilherme Nannini