Startup busca expandir mercado de créditos de carbono para conservação do Cerrado
O crédito de carbono do Cerrado demanda um preço mais alto, variando entre US$ 30 e US$ 40 por tonelada
Nos últimos anos, o mercado de projetos de carbono para conservação da Floresta Amazônica tem crescido exponencialmente. Agora, uma startup está determinada a levar a mesma abordagem para outro bioma ameaçado, mas com menos presença no mercado internacional: o Cerrado.
Enfrentando desafios tanto na demanda quanto na oferta, a empresa chamada ERA visa conscientizar e atrair compradores de créditos de carbono para o Cerrado, apresentando seus benefícios e peculiaridades.
Desafios e Diferenciação
Para a CEO e fundadora da ERA, Hannah Simmons, a jornada tem sido desafiadora devido à falta de conhecimento sobre o Cerrado no mercado internacional. As empresas compradoras, principalmente do Hemisfério Norte, muitas vezes não compreendem a importância desse bioma e suas particularidades.
Além disso, o crédito de carbono do Cerrado demanda um preço mais alto, variando entre US$ 30 e US$ 40 por tonelada, comparado aos créditos REDD+ da Amazônia, que são negociados entre US$ 10 e US$ 15 por tonelada.
Dinâmica do Cerrado
Ao contrário da Amazônia, onde o desmatamento ilegal é o principal problema, a dinâmica do Cerrado é diferente. O desafio reside em tornar a vegetação nativa competitiva em relação ao cultivo de soja, uma atividade econômica predominante na região.
Incentivando a Conservação
A ERA emitiu seus primeiros créditos no final do ano passado, porém, enfrentou desafios com a queda dos preços dos créditos de carbono no início deste ano.
Mesmo assim, a empresa tem conseguido sensibilizar proprietários que possuem uma inclinação conservacionista e vislumbram a possibilidade de gerar renda com a preservação das áreas. Esses recursos também podem ser utilizados para implementar sistemas de controle de incêndios e outros mecanismos que auxiliem na conservação da vegetação do Cerrado.
Desafios adicionais e soluções
Um dos maiores desafios é encontrar proprietários com áreas relevantes de excedente de reserva legal. Além disso, a menor densidade de carbono por hectare no Cerrado requer uma área maior de conservação para gerar uma quantidade significativa de créditos.