Governo do Pará e BNDES vão garantir R$ 3,2 bilhões em investimentos para a COP 30
O objetivo é preparar Belém e seu entorno para a realização da Conferência das Partes (COP 30), em 2025 – evento mundial de debates sobre o clima
O Governo do Pará e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devem firmar até o final deste ano os primeiros contratos que devem totalizar R$ 3,2 bilhões em investimentos destinados a Belém e demais municípios da Região Metropolitana.
O objetivo é preparar a capital e seu entorno para a realização da Conferência das Partes (COP 30), em 2025 – evento mundial de debates sobre o clima. O anúncio foi feito na tarde desta terça-feira (3) pelo governador Helder Barbalho e o presidente da instituição financeira, Aloizio Mercadante, no Palácio do Governo, em Belém.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, é esperado em Belém com o objetivo de assinar os contratos. As obras devem ser todas entregues até 2025.
Vem aí a COP 30 no Pará
Helder Barbalho, ao lado da vice-governadora Hana Ghassan, agradeceu a parceria com o governo federal e reforçou que o BNDES é o principal parceiro e agente financiador das estratégias necessárias para que Belém receba a COP 30.
Segundo o chefe do Executivo estadual, o pacote de investimentos inclui estruturação urbana – obras de saneamento, abastecimento de água, mobilidade urbana, novas vias, parques turísticos, melhoramento da malha viária e transporte coletivo -, apoio para redução das emissões resultantes do consumo de energia elétrica em prédios e logradouros públicos, e parceria com a iniciativa privada, visando ao melhoramento das redes hoteleira e de serviços de bares e restaurantes.
“O BNDES é parceiro decisivo para que possamos nos consolidar como referência da agenda ambiental climática do Brasil e do planeta. É um banco que está em processo avançado de consolidação e implementação de agendas do Fundo Amazônia como operador e de outros fundos climáticos, que fomentarão projetos públicos do terceiro setor para podermos avançar com agendas ambientais do País”, ressaltou o governador.
De acordo com Aloizio Mercadante, há uma linha de crédito específica, de quase R$ 3,2 bilhões, para viabilizar 52 projetos já apresentados pelo governo do Estado ao BNDES, e que estão sendo discutidos sob a perspectiva de garantir um legado às cidades, e principalmente aos seus habitantes.
“É algo que o governador Helder Barbalho nos destaca: não queremos simplesmente o evento; queremos o que fica para a comunidade, o que melhora o saneamento, a mobilidade, a qualidade de vida da população, especialmente dos que mais precisa”, enfatizou. “Vamos iniciar agora a fase técnica da contratação do serviço até o começo do ano que vem”, confirmou.
Aloizio Mercadante garantiu que haverá empenho em apoiar a economia local a fim de criar condições de absorção do impacto do evento e seus desdobramentos. Ele citou como exemplos disso um retrofit (processo de restauro de prédios antigos para preservar a arquitetura original) nos hotéis da região e perspectivas de novos empreendimentos hoteleiros, além de melhoria e expansão dos serviços de restaurantes e bares.
“A comida de Belém é uma coisa extraordinária. O mundo vai provar esses sabores, e isso pode significar uma perspectiva muito promissora para a gastronomia da Amazônia”, destacou o presidente do BNDES.
Crédito: micro e pequenos
“Temos uma linha que começa a operar agora em novembro, de R$ 4,5 bilhões, só para micro e pequenos empresários da Amazônia. Vamos vir aqui para poder orientar como é que eles acessam, quais são as condições, o que podemos fazer, e vamos fazer o melhor possível”, antecipou Aloizio Mercadante.
Por conta da COP 30 também devem ser injetados na capital paraense recursos do Fundo do Turismo Brasileiro, do Fundo Amazônia e do Fundo do Clima.
“Vamos ter operação de apoio muito forte da Polícia Federal com as Forças Armadas a fim de garantir a segurança da Amazônia, para começar um trabalho de inteligência e operacional forte no combate à criminalidade, ao tráfico e à proteção contra o desmatamento e todo tipo de crime, com uso de recursos do Fundo Amazônia. Pelo Fundo do Clima, este ano tivemos R$ 1 bilhão. Ano que vem teremos em torno de R$ 10 bilhões. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está lançando um Bônus Verde, que vai captar US$ 2 bilhões, e com isso nós vamos ter recurso com taxas de juros muito mais acessíveis”, informou.
“Estamos buscando combinar instrumentos que temos a fim de poder oferecer juros mais confortáveis para a economia local, além de prazos que permitam esses investimentos no pouco tempo que temos para fazer uma mudança tão estrutural, e chegar a 2025 com todo o povo de Belém tendo muito orgulho do que está apresentando”, destacou Aloizio Mercadante.