Brasil tem 1 milhão de hectares de florestas para recuperar em assentamentos rurais
Caso seja implementada, a iniciativa pode contribuir para o cumprimento da meta brasileira de recuperação florestal de 12 milhões de hectares
O Instituto Escolhas propõe a recuperação de 1 milhão de hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs) em assentamentos rurais do Brasil. A iniciativa, que visa contribuir para o cumprimento da meta brasileira de recuperação florestal de 12 milhões de hectares, assumida no Acordo de Paris, prevê duas estratégias de ação:
- Implementação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) em 500 mil hectares de APPs com baixo e médio potencial de regeneração natural;
- Realização de restauração passiva de outros 500 mil hectares com alto potencial de regeneração.
Os SAFs são sistemas produtivos que combinam árvores, culturas agrícolas e pastagens, promovendo a diversificação da produção e a restauração da biodiversidade. A restauração passiva, por sua vez, consiste na proteção das áreas com potencial de regeneração natural, sem a necessidade de intervenções humanas.
Florestas podem gerar dinheiro
Segundo o estudo “Os bons frutos da recuperação de florestas: do investimento aos benefícios”, realizado pelo Instituto Escolhas, a recuperação de 1 milhão de hectares de APPs em assentamentos rurais pode gerar mais de 238 mil empregos, produzir mais 43,1 milhões de toneladas de alimentos e remover 99,6 milhões de toneladas de CO₂ da atmosfera.
O estudo também estima que o investimento necessário para implementar essa iniciativa é de R$ 58,8 bilhões, ao longo de 30 anos. Esse investimento geraria R$ 161,9 bilhões em receita líquida.
“A recuperação de florestas em assentamentos rurais é uma oportunidade para o Brasil avançar na agenda ambiental e promover o desenvolvimento sustentável”, afirma Patricia Pinheiro, gerente de projetos do Instituto Escolhas e responsável pela coordenação da pesquisa.
“Além de contribuir para o cumprimento da meta brasileira de recuperação florestal, essa iniciativa pode gerar empregos, aumentar a produção de alimentos e reduzir as emissões de gases de efeito estufa”, completa.
O estudo do Instituto Escolhas está disponível aqui.