Entenda por que o futuro do agro está ameaçado com o Plano Nacional de Educação 2024

A votação do novo PNE, preocupa diversas autoridades do agronegócio, por seu embasamento político-ideológico sem comprovação científica, com diversas citações negativas ao setor agrícola

O futuro da educação brasileira e sua relação com o agronegócio são temas de grande relevância para o desenvolvimento do país. O Plano Nacional de Educação (PNE), em vigor até 2024, estabelece metas e diretrizes para o setor educacional, incluindo a formação profissional agrícola.

Porém, a votação do novo PNE, preocupa diversas autoridades do agronegócio, por seu embasamento político-ideológico sem comprovação científica, com diversas citações negativas com relação ao setor.

Críticas ao Documento Referência da CONAE 2024

O Documento Referência da Conferência Nacional de Educação (CONAE) 2024, elaborado pelo Fórum Nacional de Educação (FNE), foi recebido com críticas por diversos setores da sociedade. As principais críticas se concentram em um viés político-ideológico sem embasamento científico, o que pode comprometer a qualidade da educação brasileira, além do descumprimento das metas do PNE vigente.

Além disso, Frentes Parlamentares criticaram a participação desproporcional de entidades ligadas a movimentos sociais, em detrimento de instituições técnico-científicas.

Contudo, a principal crítica em cima do documento, ficou no impacto negativo no agronegócio. O documento atribui ao Movimento Sem Terra a responsabilidade pela educação ambiental, sustentabilidade e biodiversidade, excluindo as associações ligadas ao agronegócio que possuem conhecimento científico relevante.

Entidades como a Frente Parlamentar da Agropecuária soltaram uma nota criticando o documento:

“As Frentes Parlamentares signatárias deste documento manifestam profunda preocupação em relação ao Documento Referência, divulgado em 18 de outubro de 2023 pela Presidência da República e pelo Ministério da Educação (MEC), o qual servirá como fundamento para as deliberações da Conferência Nacional de Educação (CONAE) de 2024, a ser realizada a partir do dia 28/01/2024.”, diz a nota.

“A CONAE deve promover o debate qualificado sobre a realidade brasileira, suas evoluções sociais, ambientais, contextos históricos e políticos, abraçados pela ciência e comprovação de dados científicos reais”.

Ações da Associação de Olho no Material Escolar

Escola

Foto: Envato

A Associação de Olho no Material Escolar tem realizado análises técnicas do Documento Referência da CONAE 2024, buscando embasamento científico e promovendo discussões com frentes parlamentares.

“É fundamental que a mídia transmita informações corretas sobre o futuro da educação brasileira e sua relação com o agronegócio. A informação precisa chegar corretamente em cada casa brasileira para que a sociedade possa participar do debate de forma consciente.”, cita Leticia Jacintho, presidente da Associação.

A Associação também está mobilizando a sociedade civil para sensibilizar os parlamentares sobre a importância da educação e garantir que ela seja priorizada, já que o Brasil enfrenta diversos desafios, como:

  • Baixos índices de desempenho em áreas essenciais: O Brasil apresenta baixos índices de desempenho em áreas essenciais como leitura, matemática e ciências
  • Desigualdade no acesso à educação de qualidade: A educação de qualidade ainda não é acessível a todos os brasileiros, o que aumenta a desigualdade social.
  • Falta de valorização dos profissionais da educação: os profissionais da educação não são devidamente valorizados, o que desmotiva e impacta a qualidade do ensino.

“A leitura desse texto revela a falta de pluralidade na escolha de grupos distintos que poderiam, em conjunto, construir um documento democrático, reflexo da sociedade em que de fato vivemos e tão somente recortes específicos que não representam a diversidade brasileira.”, diz a presidente.

Discussão

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso sediou um debate sobre o Documento Referência da CONAE 2024 nesta segunda-feira (19). O objetivo foi discutir as sugestões e opiniões que não puderam ser contempladas no âmbito federal, onde muitos estados tiveram pouco tempo para ler o documento.

Durante o debate, os parlamentares destacaram a importância de Mato Grosso ter o maior salário de professores do país e o compromisso do estado com a educação integral. Também defenderam a autonomia dos estados e municípios na gestão da educação, para que possam ter liberdade para implementar as melhores práticas para cada realidade.

As sugestões e propostas apresentadas pelos participantes serão encaminhadas para a Comissão Nacional de Educação (CNE), que será responsável pela elaboração final do PNE.

“Este evento foi uma oportunidade para que os representantes do estado pudessem apresentar suas preocupações e propostas para a educação do país”, finalizou Leticia.