Quebras de safra e desafios climáticos preocupam autoridades do agro
A CNA, por exemplo, já elaborou um documento com reivindicações para que o próximo Plano Safra inclua medidas para amortizar os danos aos produtores rurais
A elevação da temperatura e aumento da umidade em algumas regiões, além da seca em outras, afetam a colheita, principalmente de soja. Esses problemas climáticos, somados a questões de mercado, vem preocupando o setor.
Para discutir soluções que minimizem os prejuízos da quebra de safra, o presidente da FAESP (Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo), Tirso Meirelles, recebeu a ex-ministra da agricultura e atual senadora Tereza Cristina.
Diante das condições climáticas adversas no Brasil, o maior produtor de soja do mundo, e da instabilidade no mercado, com a alta e posterior queda dos preços dos contratos futuros na bolsa de Chicago, a senadora e o presidente da FAESP pretendem dar início aos trabalhos das comissões técnicas para conhecer os desafios do agronegócio paulista e antecipar as demandas dos produtores rurais do Estado.
A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) já elaborou um documento com reivindicações para o próximo Plano Safra, e cada Federação, incluindo a de São Paulo, fará o mesmo.
Tirso Meirelles destacou as políticas que São Paulo deseja para o próximo Plano Safra:
“Precisamos de um maior auxílio aos produtores para amenizar os prejuízos da quebra de safra e retomar a produção recorde. Além disso, é essencial fortalecermos o seguro agrícola e reduzir a burocracia para facilitar o acesso a recursos e políticas públicas”.
A visita da senadora aconteceu duas semanas após a reunião entre o presidente da FAESP e o vice-presidente geral do Alckmin, onde foi discutida a necessidade de investimentos para o setor paulista e a proteção ao pequeno e médio produtor do Estado.
Quebra de safra
A quebra de safra vem atingindo sojicultores de vários estados brasileiros. Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a colheita total de grãos na safra 23/24 deve ser 6,3% inferior à safra passada, o que representa uma perda de 20,1 milhões de toneladas.
Em São Paulo, o Sindicato Rural de Paranapanema, região com mais de 400 produtores de soja, estima uma quebra de 30% na safra 23/24.
A senadora destacou como o manejos sustentável para o desenvolvimento da agricultura pode evitar maiores quebras de safra.
“A sustentabilidade é crucial, não apenas ambiental, mas também social e econômica. O consumidor final quer saber a origem dos produtos e como foram produzidos. Por isso, comprovar que a soja, o milho, a carne e outros produtos do agro estão livres de problemas com desmatamento ou violações de direitos humanos é essencial”.
Além das técnicas sustentáveis, Tereza Cristina também reforçou a importância de subvenção ao produtor rural, a fim de minimizar os impactos para safra desse ano.
“Vamos trabalhar junto ao Ministério da Agricultura e ao Governo para que os agricultores possam ter um próximo Plano Safra que amortize essas perdas. Assim, vamos voltar produzir como sempre, tendo recordes de safra dentro da agricultura brasileira”.