Brasil é responsável por 36% do algodão sustentável consumido em todo o mundo, mas produção tem fatores desafiadores

Além disso, atualmente, o país é o quarto em volume de produção no mundo, atrás apenas de Índia, China e Estados Unidos

O Brasil hoje, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA), fornece 36% do algodão sustentável consumido no mundo.

Isso porque 92% da fibra que é produzida depende apenas da água da chuva. Além disso, atualmente, o país é o quarto em volume de produção no mundo, atrás apenas de Índia, China e Estados Unidos.

Somados, os quatro acumulam 70% da produção mundial, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Para se destacar na produção mundial, há parâmetros levados em consideração, como a cor (quanto mais branco, mais valor atribui ao produtor) e questões como impurezas, folhas e as qualidades intrínsecas (comprimento, resistência, micronaire, fibra curta, índice de fiabilidade e outros).

Pedro Afonso, Técnico de Desenvolvimento de Mercado da BRANDT Brasil – empresa de inovação tecnológica focada em fisiologia vegetal, biossoluções e tecnologia da aplicação –, diz que ‘’o manejo correto é fundamental para o produtor atingir bons resultados.

Segundo ele, “é importante estar atento a fatores como as condições do solo, o clima, a qualidade e o plantio correto das sementes a fim de se obter alto potencial produtivo”.

Algodão

Foto: Envato

Afonso comenta que o planejamento da safra antes do plantio é essencial e explica com detalhes os pontos de maior atenção:

  • Fator climático: o clima vem sendo o mais preocupante, com o El Niño, que trouxe altas temperaturas, o que tem impacto direto na produção
  • Fator solo: envolve a matéria orgânica, textura, estrutura, fatores de manejo, saturação de bases, declive, topografia, temperatura do solo (com boa germinação girando em torno de 18 a 34 °C) e profundidade, para exploração de raiz.
  • Fator cultura: é importante levar em consideração a taxa de semeadura, distribuição e espaçamento, data de semeadura, espécie, híbrido, variedade, pestes (pragas, doenças e plantas daninhas), qualidade de semente, evapotranspiração, disponibilidade de água e nutrição, para gerar uma boa eficiência na colheita.

Por fim, Afonso diz que o Brasil tem potencial para se destacar ainda mais no mercado mundial.

“Isso porque pela primeira vez na história podemos ultrapassar os EUA na produção de algodão da fibra, o que está previsto para ocorrer na safra 2023/24. Com isso, nos tornaremos o terceiro maior produtor da pluma no mundo, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o que é estratégico para posicionar ainda mais o agronegócio brasileiro em todo o planeta”, diz.