Tecnologia de Irrigação em Mato Grosso: Um salto de 300 mil para 3 milhões de hectares
Secretário César Miranda destaca o potencial de expansão das áreas irrigadas, prometendo triplicar a produção agrícola e enfrentar os desafios climáticos
Mato Grosso, já consolidado como o principal estado produtor agrícola do Brasil, está prestes a dar um salto significativo na sua capacidade produtiva. Um estudo sobre rios subterrâneos, os chamados aquíferos, sugere que a tecnologia de irrigação empregada nas lavouras pode expandir a área irrigada de 300 mil hectares para 3 milhões de hectares. Em entrevista exclusiva ao Planeta Campo, o Secretário de Desenvolvimento Econômico do Mato Grosso, César Miranda, compartilhou detalhes sobre essa transformação.
“A gente fala um pouco do Brasil que tá dando certo, que é o estado de Mato Grosso,” afirmou César. Segundo ele, o projeto de irrigação vem sendo desenvolvido há alguns anos, mesmo antes da seca extrema que o estado enfrenta desde 2023, com temperaturas entre 37ºC e 41ºC e escassez de chuva. “Nós começamos esse projeto já há alguns anos, fomos buscar a Universidade de Nebraska, que é o estado americano que mais irriga, para que a gente construa uma legislação ambiental.”
O projeto envolve a colaboração entre a Universidade de Nebraska, a Universidade de Viçosa e a Universidade de Mato Grosso para utilizar os recursos naturais da maneira mais sustentável possível. “Estamos pesquisando os nossos aquíferos superficiais para que a gente possa realmente investir muito em irrigação,” explicou Miranda.
Expansão e Sustentabilidade
César Miranda destacou que Mato Grosso preserva 62% do seu território e possui cerca de 10 milhões de hectares de pastagem não utilizada. “Com investimentos em tecnologia e uma abordagem sustentável, o estado tem como meta igualar suas emissões de carbono até 2035, antecipando-se às metas internacionais estabelecidas para 2050. ‘Estamos investindo muito em tecnologia e trabalhando ao lado do produtor,’” disse Miranda.
Um dos grandes desafios da irrigação é a obtenção de outorgas para o uso da água. Para agilizar esse processo, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, junto com a Secretaria de Meio Ambiente, está desenvolvendo uma política eficiente e sustentável. “Tudo informatizado para que a gente tenha agilidade na liberação dessas outorgas, mas com muita consciência,” afirmou.
Potencial dos Aquíferos
As bacias do Rio das Mortes e do Alto Teles Pires foram identificadas como prioritárias devido à alta demanda por irrigação nessas regiões produtoras. O estudo sugere que Mato Grosso pode potencialmente irrigar entre 8 a 9 milhões de hectares a longo prazo. “Nós temos condições de sair de 300 mil hectares que já temos hoje irrigados para 3 milhões, 4 milhões de hectares,” ressaltou Miranda.