Brasil se torna potência alimentar global graças à pesquisa e tecnologia agropecuária

Fórum Internacional da Agropecuária destaca como a Embrapa e a ciência tropical impulsionaram a produção de alimentos no Brasil, com o desenvolvimento de tecnologias que aumentaram a produtividade e garantiram a segurança alimentar.

Nos últimos 50 anos, o Brasil se consolidou como uma das maiores potências mundiais na produção de alimentos, graças a investimentos em pesquisa científica e ao desenvolvimento de tecnologias voltadas para a agricultura tropical. Durante o Fórum Internacional da Agropecuária, o FIAP, especialistas e autoridades destacaram a evolução do setor, que hoje posiciona o país como referência em eficiência e sustentabilidade na produção agrícola.

Segundo o Ministro Roberto Rodrigues, o Brasil ampliou sua área plantada em 140% nas últimas cinco décadas, enquanto a produtividade quadruplicou. Esse salto foi possível por meio de tecnologias “poupa-terra”, baseadas em ciência e inovação, que permitiram maximizar o uso das terras disponíveis. “Nosso avanço se deve a ferramentas como o sistema de plantio direto, recuperação de pastagens degradadas e a integração lavoura-pecuária-floresta”, destacou Rodrigues.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desempenhou um papel essencial nesse processo. Ao longo dos anos, a Embrapa se consolidou como uma referência global em ciência e tecnologia para a agricultura tropical. “Trabalhamos em conjunto com órgãos estaduais, universidades e parceiros privados para desenvolver soluções inovadoras que transformaram o nosso agro”, ressaltou um representante da Embrapa durante o evento. A colaboração com os produtores rurais, que trazem as demandas e participam ativamente da validação das pesquisas, foi outro fator decisivo para o sucesso das tecnologias implementadas.

Desde 2010, o governo brasileiro tem incentivado o uso de tecnologias sustentáveis, como tratamento de rejeitos e sistemas de produção integrados, como políticas públicas para promover uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

No entanto, o Brasil também enfrenta desafios internacionais. O ex-ministro Aldo Rebelo, relator do Código Florestal Brasileiro, destacou a pressão internacional em torno das exigências ambientais e defendeu a criação de um Código Florestal Global. “Nenhum produtor europeu precisa reservar áreas de proteção permanente como os brasileiros”, disse Rebelo, referindo-se à rigorosa legislação ambiental que rege o agronegócio no país.

Às vésperas da Conferência de Mudanças Climáticas que ocorrerá no Brasil, Rebelo sugeriu que uma das pautas seja a criação de uma norma mínima mundial para a produção agrícola, alinhando os compromissos ambientais de todos os países produtores de alimentos. Ele argumenta que é justo que todos sigam as mesmas regras, garantindo assim uma concorrência mais equilibrada e uma produção sustentável globalmente.

Essa visão reflete o posicionamento do Brasil como um líder não apenas na produção de alimentos, mas também em práticas agrícolas sustentáveis que podem servir de modelo para o mundo. O futuro do agronegócio brasileiro está cada vez mais ligado à ciência, à tecnologia e à busca por soluções que integrem produção e preservação ambiental, consolidando o país como uma referência global no setor.