1 bilhão de pessoas depende da pecuária: carne à pasto é melhor opção nutricional

A pecuária extensiva, com pastos bem administrados, não só melhora a qualidade nutricional da carne e do leite, mas também ajuda na preservação ambiental e na geração de renda em comunidades vulneráveis.

A pecuária, frequentemente alvo de críticas por seu impacto ambiental, tem mostrado um lado inovador e benéfico quando bem manejado. Segundo Angela Escosteguy, presidente da Comissão Nacional de Pecuária Orgânica e Agroecologia do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), a criação de gado a pasto no Brasil oferece mais do que apenas carne e leite de qualidade. Ela contribui para a saúde humana e para o equilíbrio ambiental, especialmente em comunidades vulneráveis ​​que dependem diretamente dessa atividade.

Estudos recentes, como os da Universidade de Oxford e da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), comprovam que a carne e o leite provenientes de animais criados em pastagens possuem maior densidade nutricional, com maior teor de minerais e vitaminas, como a B12, essencial para a saúde de gestantes, crianças e idosos. Escosteguy reforça que esses alimentos são fundamentais, principalmente para a população carente, onde o acesso à proteína animal de qualidade é uma questão de

Além dos benefícios nutricionais, a pecuária bem gerenciada também tem um saldo positivo em termos ambientais. A captura de carbono pelas pastagens, o bem-estar animal e a fertilização natural do solo são alguns dos aspectos positivos que fazem esse modelo uma solução eficiente e sustentável. Segundo Escosteguy, países como Uruguai, Argentina e Colômbia têm aproveitado esses benefícios para enriquecer o solo e prevenir incêndios, com o uso de gado em áreas de preservação

Com o vasto território e os recursos naturais disponíveis, o Brasil tem todas as condições de se destacar como um modelo de pecuária sustentável, preservando seus biomas e garantindo a produção de alimentos de alta qualidade. “Os animais coexistem com a vida silvestre, fertilizando o solo e promovendo a biodiversidade”, afirma a especialista.