Insumos biológicos revolucionam controle de pragas e impulsionam agricultura regenerativa na soja

O uso de insumos biológicos no tratamento de sementes e no sulco de plantio está transformando a agricultura, promovendo solos mais férteis e plantas mais vigorosas, aponta Eduardo Martins, presidente do GAAS.

O uso de insumos biológicos como uma alternativa sustentável e eficiente no controle de pragas e doenças nas lavouras tem ganhado espaço no Brasil, especialmente na cultura da soja. De acordo com Eduardo Martins, presidente do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), essa prática é a porta de entrada para a adoção de uma agricultura regenerativa, com vantagens que vão desde a melhoria na qualidade da germinação até o aumento da fertilidade do solo.

Martins explica que o tratamento biológico é menos agressivo às sementes durante a fase crítica de germinação, favorecendo uma interação mais harmoniosa com o sistema vivo do solo. “Quando tratamos a semente com produtos químicos, muitas vezes geramos perturbações que impactam negativamente o desenvolvimento inicial da planta, como raízes defeituosas. Já com os biológicos, temos resultados mais positivos, com estímulo ao crescimento e melhor qualidade da germinação,” afirma.

No modelo on farm, o tratamento biológico é realizado diretamente na fazenda, seja por meio do tratamento das sementes ou pela aplicação dos produtos no sulco de plantio. Segundo Martins, a prática de inserir os insumos diretamente no sulco tem se tornado predominante devido aos resultados consistentes em vigor e produtividade.

Principais biológicos recomendados

Entre os produtos mais utilizados, destacam-se os inoculantes à base de Bradyrhizobium, fundamentais para a fixação de nitrogênio, além de bactérias do gênero Bacillus, que atuam como bioestimulantes e supressivos de doenças. Outro destaque é o Trichoderma, eficaz no controle de fungos e na promoção de raízes saudáveis.

“A inclusão de biológicos como inoculantes e Trichoderma tem demonstrado resultados expressivos no estímulo ao crescimento das raízes e na supressão de doenças. Essa transição para práticas mais regenerativas contribui para um ambiente agrícola mais equilibrado e produtivo,” ressalta Martins.

Mercado em expansão

O mercado de biológicos no Brasil continua em franca expansão. Segundo a CropLife Brasil, o setor cresceu 15% na safra 2023/2024 em relação ao ciclo anterior, alcançando um valor estimado em bilhões de reais. Esse crescimento reflete a confiança dos agricultores nas soluções biológicas como parte de um manejo sustentável.

Além de melhorar a qualidade inicial das mudas, os biológicos garantem maior vigor às plantas, tornando-as mais resistentes e produtivas. Para Martins, a adoção desses insumos representa uma evolução no manejo agrícola, alinhando sustentabilidade e eficiência: “A fase inicial bem estabelecida da planta é essencial para uma produção robusta e saudável. Quando adotamos biológicos, garantimos não apenas a produtividade, mas também a regeneração dos solos e o equilíbrio ambiental,” conclui.