Enchentes impactam plantio de arroz no RS, mas verão ensolarado traz otimismo

O Rio Grande do Sul concluiu o plantio de arroz da safra 24/25 com uma área 2% menor em relação ao ciclo anterior, segundo o Instituto Riograndense do Arroz (Irga). A redução foi atribuída às enchentes que afetaram o estado nos meses de abril e maio de 2024, provocando erosões em algumas regiões e comprometendo a estrutura de propriedades. Apesar das adversidades, os produtores permanecem otimistas com as perspectivas de um verão ensolarado, como afirmou Alexandre Velho, presidente da Federarroz, em entrevista ao Planeta Campo.

“O arroz responde diretamente à luz solar. A expectativa é de uma produtividade melhor este ano devido às condições climáticas favoráveis previstas para o verão. Isso deve compensar a queda na área plantada”, explicou Velho.

A enchente teve maior impacto na região central, onde a recuperação do solo e das estruturas de irrigação ainda é necessária. Em outras regiões, como a Fronteira Oeste, que concentra 30% da área de arroz do estado, o plantio ocorreu dentro do prazo recomendado pelo zoneamento climático.

Recuperação lenta e desafios para os produtores

De acordo com Alexandre Velho, muitos produtores enfrentaram dificuldades para recuperar suas propriedades antes do período de plantio. “A maioria dos atingidos ainda não recebeu auxílio governamental suficiente para superar os danos causados pelas enchentes. Estruturas de armazenagem, drenagem e irrigação foram comprometidas, o que resultou na redução da área cultivada”, afirmou.

Além disso, a rotação de culturas, essencial para a sustentabilidade do sistema produtivo, também foi impactada. “O arroz geralmente é cultivado em rotação com soja e pecuária, mas algumas áreas de soja podem enfrentar dificuldades devido à previsão de chuvas abaixo do esperado. Isso preocupa, pois a soja é fundamental para melhorar a produtividade do arroz no ciclo seguinte”, destacou.

Safra otimista e abastecimento garantido

Apesar dos desafios, a expectativa é de que a produção de arroz do Rio Grande do Sul atenda à demanda nacional, especialmente com o aumento de área cultivada em outros estados. “Não há risco de desabastecimento no próximo ano. Estamos confiantes de que será uma boa safra, com qualidade e produtividade”, concluiu Velho.

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul continua trabalhando junto ao governo e às entidades do setor para garantir apoio aos produtores e minimizar os impactos das adversidades climáticas no estado.