COP TV DO AGRO

'O agro brasileiro é solução em qualquer lugar do mundo', diz diretor da Agroicone

Segundo Rodrigo Lima, práticas sustentáveis, inovação tecnológica e mitigação climática tornam a agropecuária brasileira referência global

Reprodução Canal Rural
Reprodução Canal Rural

Durante a COP TV do Agro, em Belém (PA), que acontece na COP30, Rodrigo Lima, diretor da Agroicone, destacou o papel do agronegócio brasileiro no enfrentamento das mudanças climáticas. Segundo ele, a agropecuária oferece diversas soluções práticas e sustentáveis, prontas para serem compartilhadas globalmente.

“São várias soluções que o Brasil pode levar. O agro brasileiro é solução em qualquer lugar do mundo, e a CNA participa ativamente para que o país leve suas próprias propostas”, afirmou.

Lima ressaltou que o agronegócio vem conquistando espaço em discussões internacionais, historicamente dominadas por países desenvolvidos, principalmente em fóruns sobre mitigação de gases de efeito estufa. O objetivo é preparar produtores de todas as regiões do mundo para lidar com os impactos do aquecimento global.

Ele explicou que a Embrapa e o Mapa negociam junto à CNA a combinação de mitigação e adaptação nas soluções agropecuárias. A CNA acompanha essas discussões desde 2010, reconhecendo seu valor em inovação, sustentabilidade e financiamento climático.

Financiamento climático

O roadmap de 2024 prevê US$ 1,3 trilhão de diferentes fontes para reduzir emissões e apoiar adaptação. Lima destacou a importância de amadurecer mecanismos a partir de 2026 para tornar os recursos disponíveis, acessíveis e efetivamente usados.

Sequestro de carbono e neutralidade

Lima detalhou que a agricultura depende do carbono, e que para alcançar neutralidade ou emissões negativas é necessário reduzir emissões e, quando necessário, recorrer a créditos de carbono. Ele reforçou que a meta brasileira de neutralidade até 2050 é aspiracional, mas o foco está em reduzir emissões e buscar adaptação com soluções concretas já existentes.

Desafios e metodologias

Para reduzir emissões de forma eficiente, é preciso adotar metodologias que avaliem todo o trabalho realizado em práticas de manejo e tecnologias agrícolas. O mercado voluntário de carbono já permite gerar créditos a partir do sequestro no solo, e sistemas integrados possibilitam sua comercialização. No mercado regulado, ainda em regulamentação, metodologias detalhadas e avaliação do ciclo de vida serão fundamentais para incluir a agropecuária.

Segundo Lima, o Brasil tem grande potencial de recuperar áreas improdutivas ou degradadas, gerando empregos, alimentos e energia renovável sem desmatamento.

Mitigação

Rodrigo Lima afirmou que o foco deve ser o sistema de produção como um todo. A combinação de práticas sustentáveis, inovação tecnológica, assistência técnica e financiamento climático cria soluções integradas que fortalecem a agropecuária e contribuem globalmente para enfrentar as mudanças climáticas.

Segundo ele, mitigação, adaptação, inovação, investimento e assistência técnica precisam avançar de forma conjunta, reforçando que a agropecuária brasileira já demonstrou capacidade de gerar soluções energéticas e ambientais sustentáveis aplicáveis em qualquer lugar do mundo.