
A Embrapa apresentou, nesta terça-feira (18), na COP30, em Belém (PA), o sistema AgForest Lab, um laboratório vivo em forma de fazenda, destinado a testar, desenvolver e demonstrar sistemas agroflorestais na Amazônia, com o objetivo de acelerar a bioeconomia por meio da inovação agroflorestal. O projeto, demonstrado na AgriZone como exemplo de produção sustentável e inovação agroambiental, também foi detalhado durante a COP TV do Agro.
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O local é dedicado ao desenvolvimento de sistemas agroflorestais (SAFs) adaptados ao bioma amazônico. A intenção é complementar iniciativas e infraestruturas já consolidadas na região, viabilizando atividades de campo que combinam o cultivo de culturas agrícolas a espécies florestais.
“Essa é uma fazenda que existe na unidade Embrapa Amazônia Oriental. Com 3 mil hectares de florestas antigas e áreas de produção pouco utilizadas, o projeto busca integrar produção agrícola e preservação ambiental, gerando renda familiar, biodiversidade e soluções sustentáveis em larga escala”, pontuou Ana Euler, diretora de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia.
O espaço é aberto a organizações, startups, produtores e investidores interessados em desenvolver, validar e demonstrar tecnologias agroflorestais na Amazônia. Segundo Ana Euler, o laboratório traz para a Amazônia a experiência do Sudeste, oferecendo oportunidades para implementar sistemas agroflorestais adaptados a diferentes biomas, ecossistemas e territórios.
O AgForest Lab integra políticas públicas como o Caminho Verde Brasil, com a meta de restaurar 40 milhões de hectares, e o programa Florestas Produtivas, voltado à recuperação de pastagens degradadas.
O laboratório oferece diferentes sistemas integrados, adaptados a cada região e vocação produtiva. “Na Amazônia, os cultivos incluem açaí, cacau, babaçu, castanha-do-brasil, banana, mandioca e batata-doce, intercalados em linhas que permitem ao produtor ter renda a partir de 60, 90 ou 120 dias”, disse Euler.
De acordo com a pesquisadora, desde 2017, algumas áreas já produzem açaí, cacau e outras espécies florestadas, mostrando que é possível conciliar sustentabilidade e rentabilidade. Cada hectare pode abrigar mais de 30 espécies, dependendo do projeto do produtor.
Vitrine sustentável da Embrapa na COP30
Nos espaços de baixo carbono, a Embrapa segue na linha de frente na COP30. Segundo Euler, a empresa oferece conhecimento sobre produção de açaí de forma sustentável, práticas de manejo e atua como centro de referência na Agrizone. O espaço também permite conhecer a importância da polinização por abelhas nativas e gastronomia com produtos agroflorestais, além de demonstrar soluções de agricultura de baixo carbono, agricultura regenerativa e sistemas integrados para culturas como soja, milho, sorgo, algodão e leite.
“Não tem como dissociar mudança do clima, produção de alimentos e gestão da água. Uma coisa está integrada à outra. Sem alimentos não há pessoas, e sem pessoas não há agricultura”, explicou a pesquisadora.