
Durante participação na COP TV do Agro na COP30, o consultor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Justus, reforçou que o setor de produção de alimentos é um dos mais sensíveis às mudanças climáticas. Por isso, segundo ele, o tema passou a integrar definitivamente a agenda do agronegócio brasileiro.
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Justus destacou que, devido ao peso do Brasil na produção agrícola mundial e na segurança alimentar, a COP é uma oportunidade essencial para mostrar como funciona o sistema produtivo nacional, seja na agricultura, na pecuária ou na produção de carnes. Ele enfatizou que boas práticas agropecuárias fazem parte da rotina do produtor brasileiro e precisam ser compreendidas internacionalmente.
O consultor também lembrou que as últimas COPs ocorreram em regiões onde a economia é baseada majoritariamente em petróleo e gás. Nesse contexto, muitas vezes o agro não encontrava espaço adequado nas discussões climáticas. A COP30, no Brasil, representa uma mudança importante: é uma conquista poder trazer o agro para o centro da conversa.
Código Florestal explicado ao mundo
Um dos pontos apresentados pela CNA durante a COP foi a necessidade de traduzir o Código Florestal para o público internacional, que desconhece seu rigor e sua complexidade. Justus lembrou que o Brasil possui uma das legislações mais rígidas do mundo, exigindo que o produtor rural conserve entre 20% e 80% da propriedade, algo inexistente nos Estados Unidos e na Europa.
Para facilitar a compreensão, a CNA elaborou uma cartilha digital com os princípios da legislação, incluindo proteção de nascentes, áreas de preservação, florestas e aspectos relacionados à biodiversidade e ao clima, além de comparações com a legislação de outros países.
Ele reforçou que a legislação brasileira assegura a conservação da água, do solo, manejo sustentável e produção de baixo carbono. Com isso, o Brasil se tornou referência mundial em agricultura tropical e em resiliência às mudanças climáticas.
Questionado se a população brasileira entende a diversidade dos biomas nacionais, Justus afirmou que, em geral, não. A maioria das pessoas não possui acesso às diferentes regiões e microclimas do país. Nesse sentido, a Amazônia cumpre um papel de vitrine para mostrar ao mundo e ao próprio brasileiro a diversidade ambiental do território.
Avanços na COP30
Sobre o futuro das discussões climáticas, Justus afirmou que as decisões do agro dependem de metas capazes de gerar soluções reais. Ele reforçou que cabe aos países apresentarem sugestões concretas para que a COP produza resultados efetivos.
Segundo ele, o Brasil já demonstra ao mundo que possui uma agricultura de excelência e alto nível tecnológico.