Impacto social se torna indicador-chave para investimento via BNDES
Para negócios ambientais, através do BNDES, serão aplicadas metas focadas em descarbonização para startups, por exemplo. O objetivo é criar um padrão de medição de impacto aplicável a negócios de diferentes setores. O BNDES acaba de selecionar as primeiras startups que farão parte do seu programa de aceleração voltado para negócios que tenham impacto socioambiental […]
Para negócios ambientais, através do BNDES, serão aplicadas metas focadas em descarbonização para startups, por exemplo. O objetivo é criar um padrão de medição de impacto aplicável a negócios de diferentes setores.
O BNDES acaba de selecionar as primeiras startups que farão parte do seu programa de aceleração voltado para negócios que tenham impacto socioambiental positivo como estratégia central.
Na largada, 25 empresas foram escolhidas para fazer parte do grupo chamado de “tração”, composto por negócios que já têm um produto na rua, faturamento de até R$ 16 milhões e com o desafio de escalar a operação.
Outras 20 empresas, em estágio de “criação”, ou seja, com ideias que ainda não saíram do papel, serão selecionadas nos próximos dias.
Esta é a segunda edição do programa de aceleração do banco, batizado de BNDES Garagem, e a primeira dedicada exclusivamente a impacto. Ao todo, a edição terá 135 empresas aceleradas, divididas em três ciclos com 45 empresas cada.
Ainda que não fosse um pré-requisito, o banco diz ter privilegiado empresas com maior diversidade em seu quadro societário. Das 25 selecionadas, 10 contam com mulheres entre os sócios e seis têm ao menos um negro como acionista.
A partir de hoje e até o fim de fevereiro, os empreendedores passarão por mentorias e palestras organizadas pelo banco em parceria com o consórcio AWL, composto pelas aceleradoras Artemisia, Wayra e Liga Ventures.
A intenção é preparar os empreendedores para um ‘demo day’ ao fim do programa, com potenciais investidores, como fundos de venture capital e empresas de grande porte como Dasa, Raízen e Accenture.
Assim como na primeira edição, o BNDES não vai injetar capital nas aceleradas. A ideia é estar próximo de negócios nascentes e promissores, dentro da política de ser mais ativo na concessão de crédito para empreendimentos em setores sociais mais críticos em detrimento da estratégia anterior que focava no empréstimo para grandes empresas.
“Queremos entender as características das startups e chamar gente de fora para o demo day. Vamos fazer o nosso observatório”, diz Bruno Laskowski, diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do BNDES.
O banco quer medir o impacto social e ambiental dos negócios e para isso diz ter selecionado indicadores-chave de desempenho que serão aplicados individualmente em cada negócio. Para negócios ambientais, serão aplicadas metas focadas em descarbonização, por exemplo.
Mas o BNDES diz que ainda não conseguiu criar um padrão de medição de impacto aplicável a negócios de setores diferentes. Os detalhes sobre a metodologia não foram divulgados.
Segundo Laskowski, o fato de o impacto estar no centro não quer dizer que o banco não vá medir também a performance financeira das empresas. “Tem que gerar resultado.”
Algoritmo da diversidade
Depois de participar da primeira edição do Garagem, que não tinha foco exclusivo em negócios com impacto socioambiental, a Troca foi novamente selecionada para uma segunda aceleração.
A startup desenvolveu um algoritmo que, munido com uma grande quantidade de dados, avalia e diagnostica uma empresa em termos de diversidade no quadro de funcionários e propõe candidatos que poderiam suprir alguma carência.
Desta vez, porém, a empresa entra no programa em um estágio mais avançado do negócio.
“Na primeira seleção ainda estávamos na fase de ‘criação’, fomos reconhecidos e conseguimos crescer para participar da segunda edição”, diz Tarso Oliveira, fundador e CEO da startup.
Com seis clientes, entre eles empresas como Neoenergia e Amanco Wavin, o negócio ainda engatinha e por ora levantou R$ 300 mil em aportes de investidores-anjo. O objetivo da empresa é realizar uma próxima captação de cerca de R$ 2 milhões.
Telha solar
A carioca Telite fabrica telhas a partir de plástico 100% reciclado e também desenvolveu uma telha solar, feita de grafeno, e com habilidade de captar a energia para transformá-la em eletricidade.
A startup levantou R$ 2,7 milhões em aportes que contaram com a participação do fundo de investimento Gávea Angels e já firmou contratos com grupos empresariais de Portugal e México para o fornecimento das telhas solares em 2022.
Mas, segundo o fundador Leonardo Retto, a entrega dependerá da capacidade da empresa de atingir a escala de produção necessária até lá.
“Cada grupo desses vai gerar um faturamento de R$ 30 milhões para a companhia”, diz Retto, que enxerga no programa do BNDES a possibilidade de se conectar a novos investidores. (Reset)
Conheça as 25 startups selecionadas para a fase de tração
Arquitetura Faz Bem
Bright Cities
Caren
Central da Visão
DARSH Soluções Educativas
Eneergia | See Energy
Glic
Incentiv.me
Korui Alternativas Ltda
Lemobs
LiaMarinha
ManejeBem
Morada da Floresta
Movimento #EUVISTOOBEM
Portal de Compras Públicas
Recigases
SDW
Solos
Stella Energia
T&D SUSTENTÁVEL
Telite
TerraMares
Toti Diversidade
Troca
USUCAMPEÃO