Rotação de culturas: prática eficaz na manutenção da fertilidade solo
Por definição, rotacionar uma cultura consiste em alternar no tempo, o cultivo de espécies vegetais em determinada área, preferencialmente com culturas que possuem sistemas radiculares diferentes. Por exemplo, gramíneas e leguminosas, onde cada espécie deixa um efeito residual positivo para o solo e para a cultura sucessora. Nas regiões onde a soja predomina, ela é […]
Por definição, rotacionar uma cultura consiste em alternar no tempo, o cultivo de espécies vegetais em determinada área, preferencialmente com culturas que possuem sistemas radiculares diferentes. Por exemplo, gramíneas e leguminosas, onde cada espécie deixa um efeito residual positivo para o solo e para a cultura sucessora. Nas regiões onde a soja predomina, ela é a principal, sendo a escolhida para a geração de renda.
As espécies escolhidas devem ter, ao mesmo tempo, propósito comercial e de recuperação do solo. dessa forma, é possível evitar também o desenvolvimento de pragas e doenças.
Para o técnico agrícola, Cristiano Batista Carneiro, o manejo possibilita a renovação do solo e evita que a produtividade decline com o tempo. “Essa prática ajuda a evitar o desenvolvimento de pragas devido à alternância de espécies de plantas hospedeiras. Além disso, seu principal objetivo é promover a conservação do solo e a consequentemente a redução de sua exaustão”, explicou.
Exemplo
A produtora rural Maria de Lourdes Annunciato começou a plantar soja em 2014. Antes, dedicava-se à pastagem. Desde então, rotaciona as terras. Esse manejo sustentável tem auxiliado, e muito, no aumento da produtividade. “Eu protejo a terra. Assim, ela responde e retorna em produtividade”, explicou.
Em sua propriedade, Maria de Loudes alterna soja, milho e crotalária. Esta última foi usada para renovar o solo depois da lavoura de soja apresentar nematóide.
Buscar alternativa para melhorar as condições e a fertilidade do solo cultivado é um desafio enfrentado pelos cientistas e produtores. Segundo a Embrapa, a crotalária é uma planta leguminosa de rápido crescimento, que tem sido utilizada para adubação verde e por apresentar excelência no controle dos nematóides do solo (pequenas larvas que atacam as plantas) e na fixação biológica de nitrogênio, reduzindo a necessidade de aplicação de fertilizantes nitrogenados.
A grande produção de massa verde faz desse vegetal uma excelente opção para cobertura do solo, para produção de matéria orgânica e para o controle natural das plantas daninhas.
Escolha
A escolha de espécies para a realização de rotação é determinante para obter um sistema mais produtivo e ambientalmente sustentável. No Brasil, utiliza-se plantas de cobertura e adubos verdes. Alguns exemplos são: aveia branca (Avena sativa),aveia preta (Avena strigose), milheto (Pennisetum glaucum),tremoço (Lupinus albus L),girassol (Helianthus annuus) e várias espécies de pastagens, entre outras.
Em geral, essas espécies produzem grandes quantidades de biomassa e podem ser cultivadas isoladamente ou em consórcio com outras culturas. Com isso, proporcionam excelentes condições para a manutenção de altas produtividades ou para recuperação de áreas degradadas.