Sementes adaptadas podem auxiliar na produtividade e sustentabilidade
Aumento no volume é necessário para alimentar a crescente população mundial, estimada em 10 bilhões até 2050
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a FAO, os agricultores devem ter acesso a sementes resistentes, principalmente com a mudança climática, para garantir o aumento em 50% na produção de alimentos. O volume adicional será necessário para alimentar uma população que poderá chegar a 10 bilhões de pessoas até 2050.
O diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, afirmou que a única maneira de atingir essa meta é aumentar a produtividade da safra por meio da ciência e da inovação. Ele acrescentou que não há boas colheitas sem sementes de qualidade, já que elas são a base dos sistemas agroalimentares. Qu Dongyu lembrou que contamos com grãos para produzir alimentos, rações, fibras e combustível.
No Brasil, a Embrapa tem acompanhado essas mudanças. Para Alexandre Nepumoceno, chefe geral da Embrapa Soja, é impossível negar que as alterações climáticas estão interferindo no nosso planeta. “Nos próximos 30 anos, temos a perspectiva de aumentar a temperatura em 1,5° C. Temos que ter várias estratégias, como manejo, plantio direto, associação biológica de nitrogênio, a irrigação e a genética é uma das partes importantes desse trabalho. A Embrapa tem um trabalho grande com plantas mais adaptadas que consigam mitigar os efeitos dessas mudanças climáticas, seja uma maior tolerância ao alongamento ou a falta de água”, disse.
Com os avanços da engenharia genética e da biotecnologia, as práticas de melhoramento genético avançaram significativamente. Pesquisadores passaram a interferir de forma direta e intencional no DNA das plantas e definir, então, quais características desejadas deverão ser passadas para a sua descendência.
Assim, em vez de utilizar o método clássico, que considerava cruzamentos e esperava o desenvolvimento da planta para saber quais características foram passadas ou não, a seleção com base no isolamento das partes de DNA passou a ser muito mais incisiva e direta.
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