Fazenda no MT usa ILP para renovar solos e otimizar produção

O sistema é uma forma de investir na renovação dos solos e em tecnologias que otimizam a produção.

Fazenda no MT usa ILP para  renovar solos e otimizar produção

Por definição, a Integração Lavoura-Pecuária (ILP) é um sistema produtivo que incentivam a diversificação, a rotação, a consorciação e a sucessão das atividades agrícolas e pecuárias dentro da propriedade rural de forma planejada, constituindo um mesmo sistema, de tal maneira que há benefícios para ambas. 

Como consequência, traz vantagens como a exploração do solo de forma econômica  durante todo o ano ou grande parte dele. Além disso, favorece o aumento na oferta de grãos, de fibras, de madeiras (postes ou toras), de lã, de carne e de leite a um custo mais baixo devido ao sinergismo que se cria entre a lavoura e a pastagem.

Vantagens econômicas

Para esta prática, é necessário um planejamento inicial. Depois, é primordial  a conservação e a adequação do solo. Isso consiste na previsão e no controle da erosão, na eliminação de plantas daninhas perenes, de trilheiros de gado, de sulcos de enxurrada e de camadas compactadas, na correção do alumínio tóxico do solo através de calagem e, em alguns casos, na fertilização corretiva.

Essas ações devem ser implementadas no início da ILP como maneira de promover, já no começo, sustentabilidade ao sistema e evitar intervenções drásticas no solo depois do sistema implantado.

Com elas, a dinâmica da água no solo é melhorada (infiltração, distribuição e armazenamento). Com o ambiente do solo adequado, as raízes das plantas crescem em maior profundidade, explorando maior volume de solo em busca de nutrientes e de água e aumentando a tolerância à deficiência hídrica (veranicos). Desse modo, as plantas têm melhor nutrição, o que amplia a Sistema de Integração Lavoura-Pecuária: 

Exemplo de Mato Grosso 

Há sete anos, o sistema de ILP faz parte da rotina da propriedade localizada em Mato Grosso. Para o proprietário e produtor rural, Jairo Machado Filho, o primeiro contato aconteceu anterior a esta data. “Nós tivemos um contato há vinte e cinco anos atrás com a UNEMAT. Eles começaram um estudo aqui na fazenda, porque aqui existe uma floresta aqui de pau brasil, é uma das maiores do Vale do Araguaia e eles começaram um trabalho aqui sobre o clima. E esse contato com esses pesquisadores nos motivou muito. Começamos a enxergar a fazenda de uma outra maneira, de uma maneira sustentável”, disse. 

Em 2015, as APPs (Áreas de Preservação Permanente) foram reflorestadas. Dois anos depois, vieram outras mudanças. “Em 2017, tivemos a visita aqui da Liga do Araguaia, que fez um diagnóstico ambiental pra nós e direcionou nossos trabalhos. Colocou metas aqui dentro e hoje a gente tem uma sensação de missão cumprida. Hoje 100% das nossas APPs elas estão cercadas em processo de recuperação”, comentou o proprietário.

Presente

Hoje, a fazenda tem 5 mil hectares de floresta intacta e o gado não tem acesso às APPs.  “Aqui, por exemplo, quando eles vão cultivar a braquiária depois da soja, há a preparação do solo. Os especialistas fazem a correção com calagem de adubação e plantam a braquiária. Assim, o produtor tem um pasto homogêneo, com aumento da digestibilidade do gado. Além disso, se você tem árvores, há um maior bem-estar animal, o que reduz a idade do abate. Qual a consequência disso? um animal precoce, com uma carne de maior qualidade e um retorno financeiro maior,”explicou.

O sistema é uma forma de investir na renovação dos solos e em tecnologias que otimizam a produção. O início de um primeiro passo para a sustentabilidade.  “Além de gratificante você entrar na era da sustentabilidade, isso é uma necessidade para se manter no mercado”, finalizou o proprietário.

Assista o programa na íntegra: