Capim Aruana é opção à Brachiaria em sistemas integrados de produção
Forrageira desenvolvida pelo IZ vem tendo bons resultados no consórcio com leguminosas
Os sistemas integrados de produção vêm sendo bastante eficazes para recuperar solos improdutivos. Nos consórcios com capim, a planta forrageira mais utilizada no país é a Brachiaria, presente em 90% das pastagens brasileiras, de acordo com a Embrapa Cerrados. No entanto, outra espécie também vem chamando a atenção de pesquisadores, o capim Aruana, desenvolvido pelo Instituto de Zootecnia de São Paulo (IZ) em 1989 .
Flávia Gimenes, pesquisadora do IZ, conta que o Aruana está sendo avaliado pela instituição no consórcio com leguminosas forrageiras e os resultados têm sido positivos. “Com as novas demandas, busca de sustentabilidade, de plantas para entrarem em sistemas integrados de produção, a gente voltou a pesquisar o capim Aruana. Então, vendo que ele pode ser utilizado na Integração Lavoura-Pecuária [ILP], com plantio consorciado de soja, de milho, com ótimos resultados, a gente viu também que ele tem uma tolerância média ao sombreamento, então até por volta de 50% de sombreamento ele pode ser utilizado, pode ser utilizado para bovinos também, então é um capim bastante versátil e pelos relatos que a gente tem está sendo usado em todo o Brasil”, diz ela.
Outra pesquisadora do IZ, Karina Batista, também explica que apesar dos ganhos não serem imediatos, a rotação com o capim Aruana garante mais saúde ao solo e produtividade para as culturas nas próximas safras. No experimento com milho para silagem, por exemplo, foi observada uma produtividade de três sacas a mais por hectare em comparação com a rotação feita com a brachiaria.
O Aruana também se mostrou eficiente no combate a outro incômodo para os produtores: a cigarrinha das pastagens. “O capim Aruana pode ser tão bom ou melhor que a Brachiaria Ruziziensis, sendo uma alternativa interessante porque a Brachiaria Ruziziensis é bastante suscetível a cigarrinha das pastagens e o capim Aruana tem uma leve tolerância a essas cigarrinhas”, afirma Flávia Gimenes.
Já Karina Batista, que também é pesquisadora do IZ, ressalta os benefícios dos sistemas integrados de produção para a sustentabilidade no cultivo de alimentos. “Quando a gente trabalha com o sistema plantio direto, quando a gente trabalha com sistemas integrados, o que a gente está tentando é exatamente isso, fixar o carbono no solo (…) e com isso a gente retém mais carbono. E o que que a gente faz quando a gente faz duas culturas na mesma área e ao mesmo tempo? A gente não tem a necessidade de abrir novas áreas. E isso também ajuda a gente a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, a gente aproveita melhor aquilo que a gente tem sem precisar desmatar novas áreas”, conclui Karina.
Confira a matéria completa sobre os benefícios do capim Aruana: