Produtora rural, agrônoma e CEO: mulheres ocupam posições de liderança no agro
Confira as percepções, valores e dificuldades de três mulheres com histórias de vida diferentes
O número de mulheres no agronegócio vem crescendo no Brasil. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) mostram que, entre os anos de 2004 a 2015, a quantidade de trabalhadoras nos setores de insumos, agropecuária e agroindústria e agrosserviços passou de 24,1% para 28% do total de trabalhadores.
Já um levantamento realizado em 2021 com 408 mulheres, com idade média de 40 anos e residências espalhadas por todo o Brasil mostrou também que a maioria delas (69%) são proprietárias ou arrendatárias de terras; as demais são diretoras, gerentes ou administradoras (17%); empregadas ou servidoras (16%); veterinárias, agrônomas ou técnicas (15%); e estagiárias (4%). Ou seja, as mulheres estão assumindo posições de liderança no campo.
Então, confira as percepções, valores e dificuldades de três mulheres com histórias de vida diferentes que estão no agro e inspiram outras mulheres.
Maria de Lourdes
Bancária por 30 anos, hoje Maria de Lourdes é produtora de soja. Seu grande sonho é ser a melhor do setor. E ela fala sobre os diferentes papéis que exerce na função, bem como sobre as dificuldades encontradas. “Não é só plantio, eu tenho que lidar com funcionário, eu tenho que lidar com o mecânico porque o trator quebra, eu tenho que lidar com o pneu que eu tenho que buscar porque furou, tenho que ir no borracheiro. E nas coisas mais simples que você possa imaginar você vai encontrar o preconceito”, diz ela.
No entanto, as características femininas contribuem para os negócios. “A mulher é detalhista, ela é engajada, ela é guerreira”, completa Maria de Lourdes.
Vanessa Chiamulera
Vanessa Chiamulera é gestora do Grupo Morena, uma empresa que há três décadas lida com o agronegócio de forma sustentável e tem muitas mulheres em cargos de liderança. E para alcançar esse resultado, ela destaca a importância de criar um ambiente propício para atrair as pessoas do sexo feminino.
“Para você falar que tem um ambiente inclusivo, você precisa criá-lo. Então não adianta eu falar ´ah, eu vou ter mulheres aqui´, mas na sua propriedade tem lugar? tem alojamento para mulheres? você está propiciando um ambiente assim, diferenciado?”, explica Vanessa.
A gestora também ressalta que as mulheres tem uma cultura mais agregadora e de comunicação empática que traz benefícios para o engajamento da equipe nas fazendas, além de falar sobre o crescimento da participação feminina no setor. “Às mulheres sempre estiveram no agronegócio, mas agora elas estão tendo voz e vez”, acredita Chiamulera.
Joanita karoleski
Em sua trajetória profissional, Joanita Karoleski já atuou como CEO da Seara e agora exerce o papel de presidente do Fundo JBS pela Amazônia.
Joanita é um exemplo de mulher que conseguiu se realizar profissionalmente, não apenas pela posição que ocupa, mas principalmente por encontrar propósito no trabalho. “O que me chamou atenção foi essa questão de unir os três, o ESG [governança social, ambiental e corporativa]”, afirma ela.
Karoleski também explica que o aspecto que mais chamou a atenção dela no trabalho desenvolvido pelo Fundo JBS pela Amazônia é que o projeto vai além da responsabilidade social com as pessoas e engloba também a questão do meio ambiente, pois para ela ambos os temas precisam evoluir juntos. “Hoje nós temos o [pilar da] conservação, que trata do desmatamento, da preservação da floresta em pé, mas a gente botou um pilar social, que a gente tem que fazer isso combinado com o desenvolvimento e com o apoio das comunidades e o desenvolvimento das famílias”.
A presidente também faz um reflexão importante sobre o futuro da humanidade. “O planeta vai estar aqui em 2050, nós a gente não sabe, se a gente não cuidar agora, com aumento de temperatura”.
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