Expodireto traz soluções para incentivar a agricultura sustentável
Feira apresenta inovações para economia de água, herbicidas e outros recursos
Um dos principais objetivos da Expodireto Cotrijal, que é uma das maiores feiras agrícolas do país, é apresentar soluções para que o produtor rural produza cada vez mais, de forma eficiente e sustentável. O evento vai até esta sexta-feira, dia 11, e acontece em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, com a participação de mais de 550 expositores.
“Todas as empresas globais estão aqui, na área de máquinas, sementes, químicos, meio ambiente, pequenas propriedades, enfim, todos estão aqui para apresentar as soluções para o agronegócio”, diz Nei César Mânica, presidente da Cotrijal.
As novidades relacionadas à agricultura de precisão apresentadas na feira prometem trazer economia de água, herbicidas e outros recursos para ajudar o agro a produzir mais com menos.
Esta edição está sendo marcada por soluções com produtos biológicos, que impulsionam o desenvolvimento das culturas com ativos naturais, ajudam a evitar as plantas daninhas e ainda fixam nitrogênio no solo. “Nós temos um número de mais de 400 mil amostras diárias de talhão com o objetivo de identificar e mapear o carbono. A Bayer foi a primeira empresa a investir e o objetivo sim é buscar uma agricultura mais sustentável, trazendo para o agricultor essa visão. Primeiro nessa parte de conscientização e, no futuro, a parte econômica, a gente mostrar para ele que sim é sustentável e pode trazer retorno financeiro”, afirma Fernando Prudente, diretor de negócios de soja e algodão da Bayer.
Máquinas que ajudam a otimizar o uso dos defensivos agrícolas também foram destaque no evento. Um dos exemplos é uma máquina que pulveriza o defensivo apenas onde é necessário, em cima da planta invasora. Assim, ela é capaz de evitar em até 90% o desperdício dos produtos com a utilização de sensores muito modernos. “[Essa máquina] faz uma coisa muito interessante do ponto de vista da sustentabilidade por estar equipada com um sensor que detecta onde tem o verde no chão e só pulveriza em cima do verde. Então você tem uma economia direta de aplicação de defensivos agrícolas, uma economia de água que deixa a operação toda o mais sustentável possível. Cada vez mais o produtor está preocupado em produzir mais com menos, está preocupado em produzir mais de forma sustentável. Nós temos que trazer cada vez mais soluções inovadoras para todo o campo agrícola para deixar essa produção com extrema produtividade e aliar isso a sustentabilidade”, explica Rodrigo Madeira, gerente de negócios da Jacto.
Muitos dos produtos apresentados na Expodireto Cotrijal têm o objetivo em comum de otimizar o uso de recursos no campo. Outro exemplo disso é um sistema de produção que ajuda na produção com informações via satélite. “A gente consegue informar para ele, através dessas ferramentas, a questão climática de talhão de hora em hora e uma previsão para os próximos 10 dias, então ele tem uma possibilidade maior de fazer as aplicações no momento correto. Outra questão também que a gente consegue fazer através desse mapeamento digital é que ele faça a aplicação, tanto de sementes quanto de fertilizantes, através de taxa variável e isso faz com que o produtor consiga, além de racionalizar, economizar, principalmente na questão de fertilizantes, que é uma questão bastante pertinente neste momento”, afirma Sérgio Silva, gerente de desenvolvimento de mercado da Basf.
Boas práticas de manejo
Uma pesquisa sobre a agricultura digital no Brasil, realizada pela Embrapa, Sebrae e INPE, revelou que 84% dos produtores já utilizam pelo menos uma ferramenta tecnológica. No entanto, as boas práticas tradicionais também devem ser mantidas para desenvolver uma produção cada vez mais sustentável.
“Hoje o foco principal, obviamente, é o uso de herbicidas, porque é uma ferramenta eficiente. Entretanto, nós [temos que adotar] outras práticas para que o uso de herbicidas continue viável o maior tempo possível. E outras práticas são a questão de rotação de culturas, isso é muito importante, o uso de coberturas vegetais, não deixar áreas em pousio, fazer uso de pré-emergentes, fazer o mapeamento de plantas daninhas para saber onde que de fato está e como se controla, então são outras estratégias que o agricultor precisa utilizar”, aconselha Anderson Nunes, professor e pesquisador do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS).
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