Congresso da Abag discute novas tecnologias no campo e preparação de produtores
Como o agricultor brasileiro precisa se atualizar com a nova tecnologia no campo e a importância da sustentabilidade são temas do 21º Congresso da Abag
O 21º Congresso da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), realizado em São Paulo nesta segunda-feira (1), discutiu como o agricultor brasileiro vai ter que se preparar para a nova tecnologia no campo.
Os novos equipamentos, metodologias de mercado, a descarbonização e o uso racional e sustentável dos recursos naturais foram discutidos em uma série de paineis.
Como a tecnologia no campo vai impactar nosso país
Luiz Carlos Carvalho, presidente da Abag, contou ao Planeta Campo que as discussões passaram por temas que são de extrema relevância na pauta internacional, como a redução de emissão de carbono nas produções, e como os novos equipamentos e novas formas de negócio podem impactar o produtor rural.
“Temos que pensar o que o nosso país tem de melhor, que é o agro. Então, a redução de emissões de carbono, que é um tema dos mais importantes tratados hoje a nível mundial, também tem que ser uma questão que não pode sair da cabeça do agricultor daqui”, avalia.
Segurança alimentar: o papel do Brasil
Para o presidente da associação, o Brasil precisa de uma integração de lavouras. Isso está sendo possível graças à entrada do suporte científico, que permitiu que vários locais pudessem contar com esse mesmo “sistema”.
Carvalho vai além: acredita que outros países que tem clima tropical podem se espelhar no Brasil, se o país seguir nessa tendência de aproveitamento da tecnologia.
“O Brasil hoje pode não ser o grande produtor de alimento do mundo, mas o Brasil é quem vai alimentar o mundo em um futuro próximo”, disse.
Tecnologia no campo: não só para alimentação
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse, na abertura do congresso, que a tecnologia no campo do Brasil é tão grande que permitiu a criação de biocombustíveis mais avançados que os de outros países, como o etanol, que é tratado como referência nesse tipo de energia.
“O etanol é um exemplo de integração. A cadeia da cana-de-açúcar se integra com a do milho, produzindo o combustível. Temos tecnologia para usar resíduos de produções agrícolas para a produção de biocombustível. Essa é a sequência que nos anima e que gera investimentos”, complementa.
Sustentabilidade e competitividade andam de mãos dadas?
Segundo Luiz Carlos Carvalho, é possível que sustentabilidade e competitividade andem de mãos dadas.
Dados apresentados no congresso apontam que, nos últimos 30 anos, a produtividade no Brasil cresceu 3,1% por ano, contra cerca de 1% nos demais países, e que isso foi possível devido ao aparecimento de nova tecnologia no campo.
“Isso mostra que é possível ser competitivo aumentando a produção, mas ser sustentável ao mesmo tempo. É um vetor que traz confiança aos investimentos em tecnologia. A lógica comparativa entre o que o Brasil faz na agricultura é muito positiva”, pondera.
Cadastro Ambiental Rural em São Paulo
O secretário estadual de Agricultura, Francisco Matur, disse que São Paulo vai analisar 100% dos Cadastros Ambientais Rurais (CAR) até o fim deste mês.
O CAR é um cadastro eletrônico, obrigatório para todas as propriedades e posses rurais, e que, além das informações básicas da propriedade, como endereço, e área total, também vai conter um croqui, feito com a ajuda de uma foto aérea.
Os dados vão fazer parte do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SICAR), de responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente.