Você pode receber pelos serviços ambientais por meio do PSA; saiba como!
Pagamento por Serviços Ambientais é forma alternativa de financiamento que pode ajudar a expandir vendas ao mercado internacional
O produtor rural pode receber dinheiro pelos serviços ambientais que são prestados na propriedade.
É por meio do programa Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que é oferecido por praticamente todos os Estados, e regulamentado por meio de lei em 2021.
Ao Planeta Campo, Breno Macchetti, advogado especialista em agronegócio, explica como é possível ter acesso a esse mecanismo financeiro.
O que é o Pagamento por Serviços Ambientais?
O Pagamento por Serviços Ambientais é um mecanismo financeiro para remunerar produtores rurais e agricultores familiares pelos serviços ambientais prestados nas propriedades e que geram benefícios para toda a sociedade.
Há uma divisão por serviços, segundo a lei:
- serviços de provisão: os que fornecem bens ou produtos ambientais utilizados pelo ser humano para consumo ou comercialização, tais como água, alimentos, madeira, fibras e extratos, entre outros;
- serviços de suporte: ciclagem de nutrientes, a decomposição de resíduos, a produção, a manutenção ou a renovação da fertilidade do solo, a polinização, a dispersão de sementes, o controle de populações de potenciais pragas e de vetores potenciais de doenças humanas, a proteção contra a radiação solar ultravioleta e a manutenção da biodiversidade e do patrimônio genético;
- serviços de regulação: como o sequestro de carbono, a purificação do ar, a moderação de eventos climáticos extremos, a manutenção do equilíbrio do ciclo hidrológico, a minimização de enchentes e secas e o controle dos processos críticos de erosão e de deslizamento de encostas;
- serviços culturais: por meio da recreação, do turismo, da identidade cultural, de experiências espirituais e estéticas e do desenvolvimento intelectual, entre outros.
Quem pode receber o PSA?
O Pagamento por Serviços Ambientais é dado aos produtores que adotam boas práticas no campo.
“A área deve ser coberta com vegetação nativa, ou área de recuperação e prioritárias para conservação da biodiversidade”, explica Macchetti.
Mercado internacional está de olho
O advogado lembra que, por ser uma legislação nova, o Pagamento por Serviços Ambientais ainda depende de algumas regulamentações, mas que é uma ajuda para os produtores.
“Muitas das vezes o produtor pode se deparar em um ‘vazio normativo’, como quais são as referências, os documentos, os padrões para fazer um inventário ambiental, por exemplo. Outra questão é a contrapartida que o produtor vai receber por isso. Isso é uma coisa que pode desanimar, mas é possível enfrentar com sucesso”, avalia.
Até porque o mercado internacional observa com mais atenção o produtor que adota medidas sustentáveis, que tenha inventários nesse sentido e documente todas as boas práticas adotadas no cultivo.
Pagamento por Serviços Ambientais pode aumentar renda
Segundo Macchetti, o objetivo principal do programa é trazer o mercado para a proteção ambiental, e considera que há uma segunda via sobre essas medidas adotadas hoje.
“Aquilo que era visto como obstáculo — ‘tenho que reservar uma parte da minha produção’ — agora é remunerado. Então, é uma forma de aumentar o progresso”, detalha.
Pequenos produtores também tem vez
O Pagamento por Serviços Ambientais também pode ser pago aos pequenos produtores, ainda que possa parecer mais difícil para conseguir isso.
“É inegável que os custos para o inventário são altos, mas a orientação é desenvolver modelos associativos, fazer uma extensão de áreas com vizinhos, ou em cooperativas, para viabilizar economicamente isso”, aconselha.