Descarbonizar o planeta pode custar US$ 275 trilhões; produção rural tem papel imprescindível
O custo para descarbonizar o planeta pode chegar a US$ 275 trilhões. Na avaliação de especialista, produção rural tem papel fundamental no processo
O custo para descarbonizar o planeta pode chegar a US$ 275 trilhões, segundo estimativas do consultor de energia Jesse Griensven Thé, um dos maiores especialistas no assunto.
Ele conversou com o Planeta Campo direto do Canadá, e explicou como a conta chegou a esse valor.
O cálculo para descarbonizar o planeta
Segundo o consultor, o valor foi alcançado após uma série de estudos feita com um grupo de 105 bancos centrais do mundo, incluindo o do Brasil.
O custo é baseado na reposição e substituição dos equipamentos.
“Por exemplo, se você tem um motor a gasolina, vai trocar por um com energia limpa, e isso gera um gasto de reposição, os custos na manufatura também vão ser maiores”, disse.
Mundo pode ter dificuldades; Brasil, nem tanto
Thé explicou que descarbonizar o planeta não é exatamente a tarefa mais rápida e simples, e que o mundo pode ter dificuldades para isso.
Porém, cita que o Brasil “sai na frente” por ter uma matriz energética limpa.
“Nós dominamos os combustíveis limpos, como etanol e biodiesel, a hidroeletricidade, agora estamos desenvolvendo a energia gerada por ventos e energia solar. Porém, estamos fracos ainda na fase de eficiência de energia e conservação”, compara.
Ele afirma que aumentando esse potencial, é possível elevar o nível de vida da população.
O papel da produção rural em descarbonizar o planeta
Ao mesmo tempo em que aponta que o Brasil tem vantagens na luta pela descarbonização, Jesse Griensven Thé afirma que a produção rural tem um papel “imprescindível” nesse processo.
O consultor lista alguns exemplos que ajudam na redução da emissão de gases do Efeito Estufa, como a produção de biomassa, combustíveis alternativos vindos de milho ou outros grãos e o próprio sequestro de carbono.
“Não só se restringe a isso. A parte rural do Brasil tem vastos campos de terra onde é possível produzir usando energia eólica, e áreas de menores produções com painéis solares”, exemplifica.
Hidrogênio verde é alternativa
Outra alternativa para descarbonizar o planeta, e que o consultor tem analisado bastante nos últimos tempos, é a utilização do H2V, o hidrogênio verde, produzido com energia solar e eólica, com o uso da eletricidade apenas para a hidrólise do hidrogênio da água.
O projeto está sendo testado no Ceará, terra natal de Thé, e a produção está sendo exportada.
O consultor, porém, acredita que existe potencial para uso do H2V em terras brasileiras.
“O hidrogênio verde está sendo exportado para a Europa para que seja feito o aço verde por lá. É muito mais viável que a produção desse tipo de aço aconteça no Ceará e exportar pronto, com valor maior, gerando empregos mais bem pagos no país, e desenvolvendo a tecnologia local“, detalha.