Sistemas de produção agropecuária sustentáveis contribuem para um solo saudável

Segundo o pesquisador Alberto Bernardi, sistemas integrados, como a integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), são os que mais contribuem para um solo saudável

Para celebrar o Dia Mundial do Solo, comemorado em 5 de dezembro, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) destaca a importância de sistemas de produção agropecuária sustentáveis para a manutenção da saúde do solo.

Segundo o pesquisador Alberto Bernardi, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP), sistemas integrados, como a integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), são os que mais contribuem para um solo saudável.

“As propriedades químicas, físicas e biológicas dos solos melhoram nesses modelos sustentáveis. Essas alterações observadas estão ligadas à quantidade e qualidade do carbono orgânico. As pesquisas da Embrapa comprovam que esses solos acumulam maior quantidade de carbono, e que a estabilidade dessa matéria orgânica é maior do que nos sistemas convencionais”, explica Bernardi.

O pesquisador destaca que um solo de melhor qualidade promove altas produtividades das culturas e melhora o vigor da pastagem ofertada aos animais, resultando em maior produção e renda.

Além disso, as práticas de produção sustentável e conservacionista contribuem para alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Essas práticas estão relacionadas a aspectos econômicos, sociais e ambientais, como à redução da fome (ODS 2) e pobreza extrema (ODS 1 e 3), proteção do meio ambiente (ODS 6, 11, 12, 14, 15) e ao combate às mudanças climáticas (ODS 13)”, afirma Bernardi.

A ILPF é um sistema de produção que combina lavoura, pecuária e floresta em uma mesma área, de forma a promover a interação entre os componentes e a otimização dos recursos naturais.

O sistema apresenta diversos benefícios, como aumento da produtividade agrícola e pecuária, redução da erosão do solo, melhoria da qualidade da água e do ar, e sequestro de carbono.

No Brasil, a ILPF já é adotada por cerca de 1,5 milhão de hectares, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.