Aprosoja divulga carta em defesa da soja sustentável

Objetivo da associação é esclarecer a realidade sobre as boas práticas produtivas do grãos no país

Female agronomist hand touching young soybean plant in cultivated field
Female agronomist hand touching young soybean plant in cultivated field

Não é de hoje que o Brasil recebe muitas críticas da União Europeia em relação a soja aqui produzida. Com base nesse fato, a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) divulgou uma carta em defesa da soja brasileira.  O ato aconteceu durante o 1º Congresso Brasileiro dos Produtores de Soja, no início de agosto, em Brasília.

De acordo com o presidente da instituição, José Eduardo Sismeiro, durante entrevista para o Planeta Campo, para o evento foram convidadas diversas embaixadas do continente europeu, com o objetivo de apresentar a realidade brasileira e sanar a “briga” com a cultura.

“A nossa carta mostrou que a soja brasileira é a mais sustentável do mundo.  O Brasil tem 67% do território em floresta nativa. Os países que estão perto da gente preservam geleiras, deserto e isso não é preservação, isso é área inóspita que não serve para produzir nada. Com relação ao bioma amazônico temos 84% preservado. Dos 67%  do território que são preservados pelo Brasil, 33% são feitos pelos produtores rurais”, explicou.

Sismeiro ainda pontuou que o produtor brasileiro não só preserva, como também faz o movimento socioambiental para o resto do mundo.

“O produtor além de não poder produzir em cima da terra que tem que ser preservada e que custa muito, ainda tem a obrigação de manter essa preservação, o que gera despesa. Ele não recebe nada por isso. Mesmo assim continuam atacando, dizendo que o brasileiro está destruindo o bioma”.

Pesquisa Aprosoja MT

Um estudo realizado pela Aprosoja MT mostrou que a soja sustentável brasileira, principalmente em cultivo consorciado soja-milho, sequestra mais carbono do que emite.

A pesquisa foi apresentada este ano durante o Seminário Mercado de Carbono na Agricultura e refere-se a safra 2020/2021.

Moratória da soja

Existe um pacto ambiental entre as organizações não governamentais determinando que a soja proveniente de áreas desmatadas não sejam compradas, o que para a Aprosoja Brasil é infundado.

“Não existe soja de área não desmatada, pois quando Deus criou a terra, ele não criou um espaço onde havia terra boa e sem nada de vegetação. O Brasil é o único país que tem um código florestal rígido. Temos áreas que podemos desmatar apenas 20%. Dados do Inpe dizem que apenas 3% desta área são destinadas à soja. É fato que a área de plantio está crescendo, mas são em áreas de pastagem degradada”.

Realidade em outros países

Em países da Europa a atividade primária é altamente subsidiada, o que não acontece no Brasil. Esse foi outro motivo que levou a Aprosoja do Brasil a destinar uma parte do Congresso apenas para esse tema e para a divulgação da carta.

Para Sismeiro, as tradings que vendem para o consumidor externo deveriam levar uma mensagem positiva para esse público, que retratasse a realidade.

“Acredito que é necessário parar de falar inverdades. O que precisamos mesmo, é produzir com responsabilidade, sustentabilidade e contribuir para diminuir a fome no mundo”, finalizou.