Aprosoja MT aponta desafios para safra 22/23

O alto custo dos fertilizantes agrícolas será o principal desafio do produtor brasileiro.

O Brasil já está pronto para iniciar a safra de soja 2022/2023. A expectativa é de um novo recorde e segundo uma pesquisa encomendada pela Aprosoja a produção deve crescer em 2,8%, com mais de 146 milhões de toneladas e a área cultivada deve chegar a 42,2 milhões.

Em entrevista ao Planeta Campo, o vice-presidente da Aprosoja MT, Elson Tirloni, falou sobre os desafios da próxima safra.

Fertilizantes e sustentabilidade

De acordo com Tirloni, o grande desafio da próxima safra é o alto preço do fertilizante agrícola. Ele prevê o uso do produto com mais cautela por parte dos produtores, no entanto, não descartou uma boa produção.

O vice-presidente também apontou a sustentabilidade como grande qualidade do produtor brasileiro.

“No Brasil o produtor tem o processo de sustentabilidade na veia, porque ele sabe que se ele preservar, ele produz melhor.  Dependendo da região preservamos de 50- 80% da área. Temos que cuidar do campo para ter alta produtividade”, explanou.

Visita aos EUA

Tirloni ainda contou que recentemente realizou uma visita aos Estado Unidos, onde conheceu como é a produção norte-americana.

“O Brasil é exemplo em muitos aspectos e o descarte de embalagens é um deles. Lá é diferente, alguns produtores queimam as embalagens de defensivos utilizados, outros tem a devolução como um desafio. Outro diferencial é que eles não preservam parte da propriedade, eles utilizam tudo”, contou.

Durante a visita, Tirloni também falou sobre o sistema de plantio-direto, do qual o Brasil faz muito uso, o que despertou o interesse dos americanos.

“Alguns produtores de lá já adotam o sistema, outros ainda fazem o sistema convencional, revolvendo o solo. E como nós somos exemplo nesse aspecto, tem muitos americanos querendo aprender com os agricultores brasileiros a forma de produzir”.

Expectativas

Mesmo com os desafios da agricultura, o produtor tem uma expectativa positiva para o cenário brasileiro.

“Precisamos ter cautela com a produção deste ano, vamos usar menos fertilizante por questão de custo. Mas acredito ainda que a soja brasileira é a mais sustentável do mundo”, finalizou.