O caminho da cana: da lavoura aos produtos que fazem parte do nosso dia a dia
Saiba como a cana-de-açúcar é transformada em produtos como açúcar e etanol, com foco na sustentabilidade e no cumprimento das diretrizes do Protocolo Etanol Mais Verde em São Paulo
A cana-de-açúcar é uma cultura de grande importância para a economia brasileira, e entender seu trajeto desde a lavoura até se transformar em produtos como açúcar e etanol é fundamental.
Além disso diversas práticas sustentáveis são aplicadas ao longo desse processo, especialmente no Estado de São Paulo, onde o Protocolo Etanol Mais Verde estabelece diretrizes rigorosas.
Acompanhe o trajeto da cana-de-açúcar e sua transformação em produtos do nosso dia a dia.
Colheita e transformação da matéria-prima
A colheita da cana-de-açúcar ocorre em diferentes épocas, entre abril e novembro na região Centro-Sul e entre novembro e abril na região Nordeste. As lavouras se destacam na paisagem, e a colheita é realizada de maneira mecanizada. Após a colheita, a cana-de-açúcar é transportada por caminhões até a usina.
Na usina, a cana é processada, passando por moagem e prensagem até que o caldo seja separado da biomassa, que consiste no bagaço.
Produção de cana usa energia sustentável
Uma das usinas localizadas em Lins, no interior de São Paulo, adota uma abordagem sustentável ao utilizar o bagaço de cana-de-açúcar como fonte de energia.
100% da energia gerada é consumida pela própria empresa, demonstrando um alto nível de eficiência e sustentabilidade.
“A utilização de torta de filtro, juntamente com a aplicação de vinhaça na fertilização dos canaviais, desempenha um papel crucial na redução dos custos de adubação, resultando em uma economia substancial de aproximadamente 40% no volume total de fertilizantes empregados anualmente. Para contextualizar, em nosso cenário específico, isso equivale a uma economia significativa de cerca de 8 mil toneladas de fertilizantes a cada ano. Essa prática agrícola eficiente não apenas beneficia o meio ambiente, mas também contribui para a sustentabilidade econômica da indústria canavieira”, diz Rodrigo Correa, diretor agrícola da Usina Lins.
Além do bagaço, a cadeia de produção de cana-de-açúcar gera outros subprodutos, como a vinhaça, a torta de filtro e a levedura. A vinhaça é resultante da destilação do caldo de cana e a torta de filtro é usada na compostagem.
O aproveitamento desses subprodutos contribui para a economia circular, reduzindo o desperdício e promovendo a sustentabilidade.
Boas práticas no uso de defensivos
A aplicação de defensivos agrícolas é parte importante da agricultura, mas é fundamental fazê-lo seguindo boas práticas. A tecnologia desempenha um papel importante, permitindo a aplicação localizada de defensivos com o uso de drones. Essa técnica tem se desenvolvido significativamente nos últimos anos, resultando em controle mais eficiente de pragas, redução de custos e menor impacto ambiental.
“Atualmente, empregamos a avançada técnica de aplicação localizada no manejo de nossas plantações, graças ao uso de drones. Com a evolução dessa abordagem nos últimos dois ou três anos, conseguimos aprimorar nossos esforços no controle de pragas, insetos e doenças. Essa tecnologia nos permite agir de forma mais precisa e eficaz, resultando em ganhos significativos, tanto em eficiência quanto na redução de custos, fortalecendo ainda mais nossa agricultura”, cita Correa.
Proteção da fauna e prevenção de incêndios
A proteção da fauna e a prevenção de incêndios florestais são diretrizes importantes do Protocolo Etanol Mais Verde.
Muitas usinas possuem centrais de monitoramento altamente tecnológicas para controlar diversas operações, incluindo a movimentação de caminhões, áreas de lavoura e áreas não relacionadas à lavoura. O uso de tecnologia e monitoramento contínuo ajuda a garantir a proteção da fauna e a prevenção de incêndios.
“Com a sinergia entre os avanços tecnológicos em máquinas e dispositivos e o nosso ambicioso projeto de conectividade, agora temos a capacidade de monitorar todas as máquinas e operações dentro da usina 24 horas por dia, 7 dias por semana. Esse acompanhamento em tempo real nos permite coletar uma abundância de dados valiosos“, Vitor Dinardo.
Certificações e relatórios
O cumprimento das diretrizes do Protocolo Etanol Mais Verde envolvem a coleta e o envio de informações detalhadas sobre os processos da usina, suas ações e práticas. Esses relatórios são analisados para garantir que as usinas estejam cumprindo os padrões estabelecidos.
“Há um procedimento padrão que exige o envio de relatórios contendo informações detalhadas sobre o processo e todas as ações realizadas. Essa documentação é submetida para avaliação visando a produção de etanol mais sustentável. Após essa análise, determina-se se estamos em conformidade com os requisitos estabelecidos ou não”, finaliza Olivia Pinheiro gerente de sustentabilidade.
O Protocolo Etanol Mais Verde coloca o Estado de São Paulo como destaque na produção sustentável de cana-de-açúcar, destacando a importância da produção com sustentabilidade para a economia brasileira. O uso eficiente de recursos, a aplicação de tecnologia e o cumprimento de diretrizes rigorosas são fatores essenciais no caminho da cana-de-açúcar, desde a lavoura até os produtos que fazem parte do nosso dia a dia. A produção sustentável é o caminho a seguir para o setor da cana-de-açúcar no Brasil.