Redução das emissões de carbono pode ser feita em todos os elos da cadeia produtiva
A redução das emissões de carbono é pauta em todos os meios hoje. A agricultura tem sido o principal meio para demonstrar que é possível fazer isso em todos os elos da cadeia
A descarbonização é a palavra do momento e que deve ainda ficar na mente do produtor rural por bons anos em todo o mundo.
É hora de reduzir as emissões de carbono no planeta, e ajudar a mantê-lo equilibrado, como costumam dizer os especialistas na área.
O Planeta Campo explica como funciona o processo para mitigar a emissão de gases e quais são as formas práticas que você pode adotar na sua produção.
Antes, um pouco de teoria…
O Greenhouse Gas (GHG) Protocol é a principal ferramenta para identificação e cálculo de emissões de gases do Efeito Estufa.
Foi desenvolvida nos Estados Unidos pelo World Resources Institute (WRI) e é hoje o método mais usado mundialmente pelas empresas e governos para a realização de inventários de emissões de carbono.
Em 2008 foi criado pela Fundação Getúlio Vargas o Programa Brasileiro GHG Protocol, que é responsável pela adaptação do método ao contexto brasileiro e desenvolvimento das ferramentas de cálculo.
Os protocolos para redução de emissões de carbono
O GHG Protocol tem três principais escopos:
- Escopo 1: as emissões diretas do processo produtivo da empresa, fruto dos recursos do próprio negócio, como os gases produzidos pela queima de combustíveis ou fontes de calor;
- Escopo 2: as emissões indiretas que vem da energia elétrica adquirida para uso da própria companhia. Aí entram o consumo de vapor, calor e refrigeração;
- Escopo 3: emissões ligadas às operações da companhia, como matéria-prima comprada, viagens de negócios e deslocamento dos colaboradores, descarte de resíduos, transportes e distribuição.
A redução do gases do Efeito Estufa pode ser feita em todos os elos da cadeia produtiva, como explica Deise Dallanora, diretora de Food Solution Innovation da Yara.
Ela conta que a descarbonização pode ser feita desde o produtor rural, com o processo para reduzir a emissão no solo, e outras práticas de manejo para manter o carbono na terra, até a chegada a uma companhia de alimentos.
“A food company tem a oportunidade de descarboninar na frota, por exemplo. Toda a cadeia logística pode adotar medidas de redução de emissão”, afirma.
Agricultura de baixo carbono
Uma das alternativas para a redução das emissões é usar a agricultura de baixo carbono.
O solo armazena uma grande quantidade do composto químico, e é importante adotar medidas que permitam que ele se mantenha na terra.
O Sistema de Plantio Direto, por exemplo, tem como prática não revolver o solo. Isso faz com que a terra permaneça quase intacta, sem tirar o carbono que existe ali.
Mas não é só isso. O uso de plantas de cobertura e a rotação de culturas também facilitam a fixação do carbono e o sequestro cada vez maior do gás.
“Você consegue até comprar uma saca que tem sementes de várias espécies diferentes, que é só jogar no solo”, explica Rogério Vian, engenheiro agrônomo, produtor, presidente do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS) e colunista do Planeta Campo.
Além da redução nas emissões, o uso das técnicas também permite diminuir os custos com a lavoura (com a utilização menor de fertilizantes, por exemplo) e até aumentar o ganho na produtividade.
Comprometimento em conjunto para redução das emissões de carbono
Todos os setores da economia precisam se unir e firmar um compromisso para atuar na redução das emissões de carbono.
O Plano ABC é uma das formas concretas desse compromisso. Tanto que as metas foram atingidas antes mesmo do prazo imaginado.
Agora, o Plano ABC+ pretende mitigar até 1,1 bilhão de tonelada de gases da atmosfera.