Empresa realiza maior emissão mundial de créditos de carbono
Foram gerados 20 mil créditos de carbono através de um programa que já está em adequação para o Brasil.
A Indigo, empresa norte-americana do segmento de biológicos, realizou a maior emissão mundial de créditos de carbono do setor agrícola. Através de um programa realizado nos EUA, foi possível mensurar os esforços de produtores rurais para remoção e redução de carbono, ao todo foram 20 mil créditos.
Em entrevista ao Planeta Campo, Reinaldo Bonacarrere, diretor sênior de biológicos da América Latina da Indigo, explicou como foi o programa.
O Programa
De acordo com Bonacarrere a iniciativa teve início em 2019 e foi resultado de muita pesquisa e tecnologia.
“Com esse programa conseguimos provar que as mudanças de práticas pelos agricultores conseguiram levar a maior sequestro de carbono no solo e com esse maior sequestro o agricultor recebeu , foi remunerado”, explicou.
Segundo Bonacarrere um crédito de carbono equivale a uma tonelada de gases e a empresa conseguiu chegar a US$ 40 dólares por tonelada. No programa da Indigo o produtor além de não ter nenhum custo com a implementação do programa, recebe 75% do crédito gerado.
Demanda por créditos
Atualmente a demanda por créditos de carbono é maior que a geração, uma vez que muitas instituições que não são do mercado agro precisam comprar créditos para minimizar suas emissões.
“São empresas do varejo, companhias aéreas que querem zerar sua emissões, daí elas vão na agricultura em busca de créditos certificados e fazem a aquisição”, pontuou.
No Brasil
Atualmente a empresa está ajustando o programa para implementar no Brasil, uma vez que as condições de clima e solo são diferentes dos EUA.
Sobre os potenciais participantes do programa, o diretor explicou que qualquer agricultor é elegível desde que ele realize uma prática para sequestrar carbono no solo.
“Se esse produtor tiver o histórico da sua produção, como ela foi feita e ele realizar alguma mudança no manejo da cultura que seja positiva no balanço de carbono, ele é elegível. Por exemplo, no Brasil temos muito a prática do plantio direto, bastante positiva no sequestro de carbono, mas muitos que fazem a prática não fazem rotação de cultura. Então, esses agricultores que começarem a fazer mudanças de práticas mais benéficas como a agricultura regenerativa, vão ser remunerados pelos créditos que eles gerarem com as mudanças nas práticas”, finalizou.