Eucalipto se mostra resistente às mudanças climáticas e pode trazer oportunidades sustentáveis para o produtor
Florestas de replantio evitam prejuízos para o meio ambiente.
O eucalipto é uma importante matéria-prima. Seu uso advindo de florestas de replantio, em detrimento das florestas nativas, evita o desmatamento e consequências desastrosas para o meio ambiente. Seu uso na indústria é bastante diversificado. Sendo os mais conhecidos: papel e celulose, construção civil e moveleiro.
No segmento de papel e celulose o eucalipto é uma das espécies mais utilizadas. Do processo químico obtém-se a pasta celulósica bruta. Dessa matéria se deriva a produção de papel e embalagens.
Na construção civil a madeira de eucalipto é utilizada em vigas, caibros, colunas. Além disso é encontrada em componentes de acabamento como pisos, portas e janelas.
Na indústria moveleira, talvez a mais óbvia de todas, o eucalipto é muito utilizado na fabricação de móveis para uso residencial ou comercial. Contudo sua versatilidade propicia o uso para fins pouco conhecidos por muitos de nós. como os medicamentos, cosméticos, tecidos, alimentos, etc.
Na geração de energia a biomassa de eucalipto também desempenha importante papel. Com a queima da biomassa é possível extrair vapor para a geração de energia elétrica e também é derivada a fabricação de vários biocombustíveis.
Principais vantagens de plantar eucalipto
O rápido crescimento, a capacidade de adaptação ao solo brasileiro e o potencial econômico fazem da cultura de eucalipto uma das mais vantajosas. Segundo informações do site da Embrapa: com menores custos e maiores taxas de retorno do investimento, o cultivo do eucalipto confere grande atratividade, garantindo alta competitividade de seus produtos nos mercados interno e externo.
Os benefícios socioambientais do eucalipto na indústria
Desenvolver a economia local e a macroeconomia são aspectos comuns que uma forte cadeia produtiva pode propiciar. Esta é uma característica que podemos atribuir ao cultivo do eucalipto em florestas de replantio. Sem contar os benefícios para o meio ambiente. De acordo com a Embrapa, o plantio de eucalipto proporciona diversos benefícios diretos e indiretos às propriedades rurais diversificadas. Dessa forma, além dos benefícios econômicos, advindos da produção florestal, pode-se destacar a melhoria da qualidade do ar. E com isso, conforto térmico, redução dos níveis de poluição sonora, redução da intensidade da erosão e melhoria da vazão de mananciais.
Uma pesquisa da indústria brasileira de árvores (IBÁ) apontou que o setor tem hoje 9 milhões de hectares cultivados de eucalipto e também de pínus. A Embrapa também analisou os impactos das mudanças climáticas no cultivo e concluiu que a espécie florestal é resistente e deve sofrer pouco com essas mudanças pelo menos nos próximos 30 anos.
De acordo com o produtor Maurício Curi Prearo, de imediato ele já vê um ganho muito grande em termos de conforto térmico para os animais. “Eles vão procurar sombra nos momentos mais quentes do dia, principalmente as raças taurinas, que sofrem mais com o calor”, apontou.
No eucalipto também estão novas oportunidades de negócios sustentáveis para o planeta e rentável para o produtor. De acordo com pesquisador Lucas Coelho, da Embrapa, os biocombustíveis avançados, como o bioetanol são oportunidades para produtores rurais. “Por exemplo no caso de resíduos florestais de eucalipto, a atividade principal continua a existir e um resíduo que às vezes é um problema ambiental ou é subutilizado, pode ser transformado em um produto de maior valor ou de valor acrescentado”, apontou. “Os biocombustíveis podem ser feitos de uma origem alimentar, de uma cultura alimentar, como o biodiesel a partir do óleo ou o etanol a partir do suco ou do sumo da cana de açúcar, do amido ou da beterraba. Quando um biocombustível é feito de uma origem que também pode ser alimentar, ele é chamado de um biocombustível de primeira geração. Quando ele é feito de um resíduo, ele é chamado de um biocombustível de segunda geração ou biocombustível avançado”, explicou.
Outro dado importante que a pesquisa trouxe é que se a previsão da área plantada até 2035 for cumprida, mais de 320 milhões de toneladas de carbono vão ser sequestrados do solo pelas florestas de eucalipto. As pesquisas estão apenas no começo, mas ainda há muito trabalho a ser feito para entender o mundo de possibilidades sustentáveis quando se fala em eucalipto.
O produtor Maurício Prearo destaca que o setor está aberto às novas oportunidades. “Estamos no início do projeto, iniciado há três anos e meio, praticamente. E foi desenhado para daqui a 20 anos. Mas nesse período muita coisa vai acontecer provavelmente e se a gente identificar uma outra oportunidade que seja economicamente e ambientalmente mais interessante. Estamos abertos sim, com certeza”, disse.