FAPESP e Sebrae vão apoiar startups do agro com foco em sustentabilidade
Os projetos selecionados deverão ser realizados no prazo de até nove meses e poderão receber recursos de até R$ 100 mil, oriundos do acordo FAPESP-Sebrae
A FAPESP e o Sebrae criaram o programa PIPE Start, voltado a apoiar empreendedores em estágio inicial de validação de ideias de novas soluções tecnológicas e modelos de negócios que tenham potencial de viabilidade no mercado dentro do agronegócio.
A primeira chamada da iniciativa, com foco em desafios tecnológicos e de negócios ligados à produção vegetal, animal e à sustentabilidade, foi divulgada em um evento realizado no dia 4 de maio durante a Feira Internacional de Tecnologia Agrícola (Agrishow), que aconteceu entre os dias 1º e 5 de maio em Ribeirão Preto, no interior paulista.
Como funciona?
“A ideia é oferecer por meio do PIPE Start recursos não reembolsáveis para que empreendedores e empresas de base tecnológica sediadas no Estado de São Paulo possam planejar o início de sua jornada no mercado”, disse Anapatricia Morales Vilha, membro da coordenação do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).
Segundo Morales o objetivo é apoiar startups que estão em fase inicial a ter sua primeira aproximação de modelo de negócio da solução tecnológica que estão interessadas em desenvolver.
A chamada apoiará proponentes que desejem validar seus negócios junto a atores do ambiente externo à empresa (potenciais clientes, parceiros, concorrentes, distribuidores, fornecedores, entre outras entidades envolvidas), além da realização de prototipagem inicial das soluções tecnológicas.
Podem apresentar propostas empresas paulistas nascentes, com até 12 meses de atividade e faturamento anual de até R$ 4,8 milhões, ou empreendedores com no mínimo 18 anos de idade e domiciliados no Estado de São Paulo.
As propostas devem estar necessariamente vinculadas a desafios tecnológicos e de negócios ligados à produção vegetal e animal e também à sustentabilidade, podendo estar conectados a tecnologias relacionadas a sensores, softwares e aplicativos, drones, maquinários autônomos, inteligência artificial, internet das coisas, robotização, automatização, agricultura 4.0, agricultura de precisão, biotecnologia, dentre outras.
“Esperamos receber propostas que caminhem para o desenvolvimento de tecnologias transversais, ou seja, que flertam com a agricultura e a sustentabilidade e abarquem esses grandes temas”, sublinhou Vilha.
Os projetos selecionados deverão ser realizados no prazo de até nove meses e poderão receber recursos de até R$ 100 mil, oriundos do acordo FAPESP-Sebrae.
Os selecionados também participarão de um programa de capacitações gratuitas, com duração de 30 horas, de formas on-line e presencial, em temas como gestão de inovação, validação de ideias e modelagem de negócios.
“Ao final do projeto, esperamos ter uma ideia minimamente estruturada, experimentada e com prototipagem preliminar e um modelo de negócio validado por meio de entrevistas com o mercado”, explicou Vilha.
As propostas deverão ser submetidas pelo sistema SAGe, da FAPESP, pelo pesquisador responsável até 4 de agosto de 2023 e devem ser acompanhadas pela apresentação do proponente, um plano de ideação da nova solução tecnológica ou do modelo de negócio e um cronograma físico-financeiro.
A expectativa é que o resultado das propostas selecionadas seja anunciado em dezembro de 2023 no site da Fapesp.
O que esperar?
Espera-se que, ao final da chamada, quem propôs o projeto esteja mais bem preparado para submeter propostas na fase subsequente do Programa PIPE, bem como para ingressar em programas de pré-aceleração e de captação de investimento-anjo.
“A meta é pegar ideias que estejam nascendo de empresas e fomentá-las para que as startups as estruturem melhor e consigam depois inseri-las na esteira dos projetos apoiados pelo PIPE-FAPESP”, disse Marcos Leite, gestor de programas para deep techs do Sebrae for Startups.
Estímulo ao empreendedorismo tecnológico
Pelo acordo de cooperação técnica e científica assinado pela FAPESP e o Sebrae em 2021, cada instituição se comprometeu a aportar R$ 75 milhões para estimular o avanço do empreendedorismo de base científica e tecnológica no Estado de São Paulo.
Já foram lançados quatro editais, voltados a facilitar a entrada de inovações tecnológicas no mercado ou para startups desenvolverem um produto viável mínimo (MVP) em parceria com empresas. Até agora 116 startups paulistas foram apoiadas por meio da parceria.
“Dos R$ 150 milhões de recursos empenhados no acordo, quase a metade já foi gasta. Já estão comprometidos R$ 63 milhões, mas ainda falta metade para executar e as startups que foram selecionadas em chamadas anteriores estão sendo acompanhadas”, afirmou Leite.