
Quase 50% das laranjeiras do cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais estão sendo afetadas pelo greening, considerada a doença mais grave da citricultura brasileira. Segundo levantamento da Fundecitrus, quase 100 milhões de árvores apresentam sinais da bactéria que afeta a produção de frutas e compromete a qualidade das lavouras.
O greening, também conhecido como HLB (Huanglongbing), é causado pela bactéria Candidatus Liberibacter e transmitido pelo inseto psilídeo-asiático-do-citros.
Além das laranjas, a doença afeta tangerinas, limões, limas e até algumas plantas ornamentais urbanas, como a murta. A progressão da doença está relacionada à presença de plantas doentes nos pomares e a condições climáticas favoráveis à multiplicação da bactéria.
Prevenção e manejo
De acordo com o coordenador técnico da Hydroplan, João Quirino, a principal forma de controlar o greening é preventiva. “O plantio de mudas sadias e certificadas, adquiridas em viveiros credenciados, é essencial. A escolha do local da plantação, zonas com menor pressão do inseto e monitoramento constante também são medidas importantes”, afirma.
O manejo integrado de pragas é outra ferramenta essencial. “Controle químico e biológico, monitoramento do inseto e manejo intensificado das bordas dos pomares ajudam a reduzir a pressão sobre as lavouras”, explica João.
Entre os sinais de alerta que os produtores devem observar estão folhas com coloração assimétrica, frutos sem sementes ou com queda precoce e diferenças de coloração nos ramos.
Novas técnicas sustentáveis
Pesquisas recentes desenvolvidas pela Hydroplan mostram que a associação de óleos essenciais naturais a defensivos já utilizados potencializa o controle do psilídeo.
O uso apenas de inceticidas controla cerca de 53% dos adultos do inseto, enquanto a combinação com óleos essenciais eleva o controle para 83%. No caso das ninfas, principais transmissoras da bactéria, o índice salta de cerca de 18% para 90%.
“Esse controle é satisfatório e seguro, permitindo que o produtor preserve suas plantas por mais tempo e mantenha a produção”, destaca Quirino.