QUALIDADE DAS LAVOURAS

Greening atinge quase 50% das laranjeiras do cinturão citrícola

Além das laranjas, a doença afeta tangerinas, limões, limas e até algumas plantas ornamentais urbanas, como a murta

Plantação de laranjas. Nova América da Colina,09/10/2019 Foto:Jaelson Lucas / AEN
Plantação de laranjas. Nova América da Colina,09/10/2019 Foto:Jaelson Lucas / AEN

Quase 50% das laranjeiras do cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais estão sendo afetadas pelo greening, considerada a doença mais grave da citricultura brasileira. Segundo levantamento da Fundecitrus, quase 100 milhões de árvores apresentam sinais da bactéria que afeta a produção de frutas e compromete a qualidade das lavouras.

O greening, também conhecido como HLB (Huanglongbing), é causado pela bactéria Candidatus Liberibacter e transmitido pelo inseto psilídeo-asiático-do-citros.

Além das laranjas, a doença afeta tangerinas, limões, limas e até algumas plantas ornamentais urbanas, como a murta. A progressão da doença está relacionada à presença de plantas doentes nos pomares e a condições climáticas favoráveis à multiplicação da bactéria.

Prevenção e manejo

De acordo com o coordenador técnico da Hydroplan, João Quirino, a principal forma de controlar o greening é preventiva. “O plantio de mudas sadias e certificadas, adquiridas em viveiros credenciados, é essencial. A escolha do local da plantação, zonas com menor pressão do inseto e monitoramento constante também são medidas importantes”, afirma.

O manejo integrado de pragas é outra ferramenta essencial. “Controle químico e biológico, monitoramento do inseto e manejo intensificado das bordas dos pomares ajudam a reduzir a pressão sobre as lavouras”, explica João.

Entre os sinais de alerta que os produtores devem observar estão folhas com coloração assimétrica, frutos sem sementes ou com queda precoce e diferenças de coloração nos ramos.

Novas técnicas sustentáveis

Pesquisas recentes desenvolvidas pela Hydroplan mostram que a associação de óleos essenciais naturais a defensivos já utilizados potencializa o controle do psilídeo.

O uso apenas de inceticidas controla cerca de 53% dos adultos do inseto, enquanto a combinação com óleos essenciais eleva o controle para 83%. No caso das ninfas, principais transmissoras da bactéria, o índice salta de cerca de 18% para 90%.

“Esse controle é satisfatório e seguro, permitindo que o produtor preserve suas plantas por mais tempo e mantenha a produção”, destaca Quirino.

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