Como recuperar o solo após as enchentes no RS?
Perito ambiental fala da perca de nutrientes do solo e sobre os desafios para a recomposição dessas áreas
O excesso de chuvas e as enchentes afetaram 80% das cidades do Rio Grande do Sul. Trata-se de uma tragédia climática sem precedentes para o estado.
Nesta terça-feira (7), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, liderou a primeira de uma série de reuniões com a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e mais de 100 sindicatos rurais em esforço conjunto para adotar medidas de reconstrução da agropecuária gaúcha.
Até o momento foram identificados danos significativos em várias fazendas e também em silos nos municípios, o que mostra que até mesmo a produção armazenada corre riscos.
De acordo com o perito da Sanear Ambiental, Rafael de Souza Timbola, imagens de satélite mostram que uma grande mancha de degradação do solo do estado foi identificada.
Danos à saúde do solo
De acordo com Tímbola, o solo do estado sofreu severamente com erosões e lixiviação de nutrientes, exacerbadas pelas chuvas.
Este processo resultou na perda de nutrientes essenciais e na compactação do solo, comprometendo a sua qualidade e, consequentemente, a produção agropecuária futura.
Como recuperar o solo após as enchentes?
Durante a entrevista, Tímbola explicou que a primeira medida essencial para a recuperação envolve a restauração das matas ciliares. Essas áreas de vegetação ao longo dos rios são críticas para prevenir a erosão durante futuros eventos de enchentes.
Além disso, é crucial que os produtores rurais procedam com a descompactação do solo e realizem análises para entender a extensão dos danos e necessidades de correção nutricional.
Tímbola sugeriu ainda o plantio de forrageiras como amendoim forrageiro, feijão do porco, feijão Gandu, milheto e sorgo forrageiro, que ajudam na fixação de nutrientes e na proteção do solo contra erosão futura. Essas práticas são vitais para restaurar a produtividade do solo gradualmente.
Gestão do uso do solo
A entrevista também abordou a necessidade de um planejamento melhor e mais consciente do uso do solo, especialmente em áreas propensas a enchentes.
A ocupação humana nesses locais deve ser reavaliada e, em muitos casos, proibida para minimizar os riscos e impactos em futuras catástrofes.
Na entrevista abaixo, ele fala sobre estratégias para a recomposição da qualidade do solo das áreas afetadas. Assista: