Opção ao fertilizante: com pó de rocha, fazenda economiza R$ 400 mil por ano
Composto é alternativa mais barata, sustentável e nacional aos produtos químicos
Opção ao fertilizante
No município de Machado, em Minas Gerais, a Fazenda Santa Mônica cultiva café com cada vez menos compostos químicos e aposta em elementos naturais, como o pó de rocha. Esses remineralizadores compostos de rochas moídas, são opções ao fertilizantes e fornecem nutrientes às plantas, além de ter preços mais acessíveis e não contaminar o solo.
Produtividade das lavouras aumenta de 30% a 40% com a utilização do pó de rocha
O especialista em café Arthur Moscofian afirmou em entrevista ao Planeta Campo que a produtividade das lavouras aumenta de 30% a 40% com a utilização do pó de rocha, além de economizar. Na Fazenda Santa Mônica, por exemplo, a adoção da técnica vem resultando em uma economia de R$ 400 mil por ano.
“Há 20 anos a gente comprava composto, agora, de cinco anos para cá, a gente tá ensinando o produtor a produzir o próprio composto, na própria fazenda. Aqui na Fazenda Santa Mônica eles gastavam R$ 550 mil por ano com adubos químicos, agora estão gastando R$ 150 mil”, diz Arthur.
Como funciona a produção do composto
Moscofian ainda explicou como eles fazem a produção do composto. “O que a gente dá consultoria [é colocar] a casca do café com mais algum pó de rocha que possa existir na localidade, na redondeza próxima, mas um pó que tenha potássio ou carbonato, e aí a gente mistura com a palha do café e joga nele uma bactéria que em 45 dias está pronto o nosso composto”, detalhou.
Além da questão financeira, o pó de rocha também recupera a saúde do solo.
“A biota do solo recuperou e é isso que é interessante, a gente recuperar a biota do solo. Não é rápido, isso demora algum tempo. Demora aí três anos para conseguir fazer uma plenitude do solo recuperado e aí você vai usar menos água, menos adubos químicos e menos defensivos”, afirmou o pesquisador.
Quanto ao investimento necessário para adotar o remineralizador nas lavouras, Arthur acredita que vale a pena porque o retorno é rápido. “Você recupera o investimento inicial rapidinho, porque você vai pôr pra planta tudo que ela necessita, a parte mineral mais a parte orgânica dela, ela vai recuperar rápido. E você vai perceber que [após] o processo de você fazer a sondagem do solo e fazer a verificação dos elementos que estão disponíveis para planta, você vai precisar jogar muito menos adubo químico e isso vai diminuindo ano a ano”, ressaltou ele.