Comissão de Meio Ambiente aprova PL que cria marco regulatório para a agroecologia

O texto aprovado estabelece que o Prosaf terá como objetivo promover a adoção de tecnologias limpas e integradas ao ecossistema, com o objetivo de reduzir os impactos ambientais do agro

Close up of female farmer hand examining soybean plant leaf in cultivated agricultural field, agriculture and crop protection
Close up of female farmer hand examining soybean plant leaf in cultivated agricultural field, agriculture and crop protection

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 19, o Projeto de Lei 6529/19, que cria um marco regulatório para a promoção da agroecologia no Brasil.

O texto estabelece princípios, diretrizes e procedimentos, bem como fontes de recursos e um modelo de gestão para implementação do Programa de Fomento e Desenvolvimento de Sistemas Agroflorestais de Base Agroecológica (Prosaf).

O projeto, de autoria do deputado Pedro Uczai (PT-SC), foi aprovado por unanimidade pela comissão. O relator, deputado Nilto Tatto (PT-SP), defendeu a aprovação do texto, destacando o papel desempenhado pelos sistemas agroflorestais no combate às mudanças climáticas.

“Um grande número de estudos demonstra a superioridade dos SAFs na captura e sequestro de carbono quando comparados com as atividades agrícolas tradicionais”, afirmou Tatto.

O texto aprovado estabelece que o Prosaf terá como objetivo promover a adoção de tecnologias limpas e integradas ao ecossistema, com o objetivo de reduzir os impactos ambientais da agricultura. O programa também terá como objetivo recuperar áreas degradadas, com prioridade para aquelas situadas em bacias hidrográficas em estado crítico.

O projeto prevê que o Prosaf atenderá de forma prioritária aos agricultores familiares, assentados da reforma agrária, povos tradicionais e agricultores intra e periurbanos.

Ainda faltam duas comissões da Câmara dos Deputados analisarem o projeto antes que ele seja encaminhado ao Senado.

Mudanças feitas pelo relator

Agricultura, agroecologia, Sergipe, El Niño
Foto: Envato

O relator do projeto, deputado Nilto Tatto, apresentou um substitutivo que mantém grande parte da versão original. No entanto, o substitutivo fez algumas mudanças, como:

  • Substituir o “selo agroflorestal” pelo “Sistema de Identificação e Valorização de Sistemas Agroflorestais de Base Agroecológica”. O sistema terá o mesmo objetivo de creditar produtores no mercado, mas também terá a capacidade de habilitar a produção e comercialização de madeira de espécies nativas e de espécies ameaçadas de extinção.
  • Determinar que a certificação será realizada por entidades públicas e privadas.