Produção Integrada eleva padrão de qualidade e promove rastreabilidade dos alimentos
Sistema de produção foi tema de lançamento do Mapa com o objetivo de levar mais informação ao campo
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), lançou na noite de quarta-feira (31), em São Paulo, novas cartilhas intituladas “Produção Integrada Agropecuária: Rastreabilidade e Alimento Seguro”. O objetivo do material é levar mais informações ao campo e principalmente abordar os benefícios da adesão a este sistema que assegura a qualidade e sustentabilidade dos alimentos.
O material é destinado a especialistas, estudantes, produtores, agrônomos e consumidores. O evento reuniu produtores e especialistas.
Novas cartilhas
De acordo com Cleber Soares, secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Mapa, foram lançadas seis novas cartilhas de processos de produção integrada associados às cadeias produtivas do feijão, hortaliças folhosas, tomate, morango, maçã e uva.
“Esses materiais são muito importantes não só em termos de documentação, mas também contém orientações, vídeos, e se tratam do reconhecimento do setor produtivo e da sociedade. É preciso entregar para o consumidor os princípios mínimos de boas práticas, governança e também de sustentabilidade”, ponderou.
Como funciona a produção integrada
A produção integrada baseia-se em 4 pilares: boas práticas, certificação, sustentabilidade e rastreabilidade, e juntos esses pilares resultam em qualidade de vida e agregação de valor ao produto.
A produção integrada não é um procedimento obrigatório no Brasil e surgiu a partir de uma demanda de mercado. Os produtos que fazem parte da integração tem em sua embalagem, um selo e um código de barras. E são essas duas características que conferem aos produtos uma linguagem e identidade únicas.
Realidade brasileira
Atualmente no Brasil, cerca de 75 produtos já fazem parte deste método, que é fiscalizado pelo Inmetro. E segundo a pesquisadora do órgão, Alessandra Weiandt, em entrevista ao Planeta Campo, a integração é de muito valor para o produtor e consumidor.
“É um trabalho de muita relevância, porque o consumidor pode identificar a marca como sendo de mais confiança, identificando que ali houve ensaios, avaliação, auditoria. Outro fator é o impacto para o comércio exterior. Na Europa, por exemplo, esse tipo de trabalho já é feito e isso abre portas”, explicou.
Benefícios de ponta a ponta
A produtora de morangos, Ingrid Senra, traduziu na prática o que é a produção integrada e seus benefícios.
“Se você for na minha produção e pedir o que aconteceu no mês de dezembro, estará tudo documentado, todo o processo desde o plantio até o consumidor. É tudo rastreável, então os consumidores como crianças e gestantes podem comer sossegados”.
Outro diferencial é que a integração pode acontecer independente do tamanho da propriedade e sem a necessidade de grandes tecnologias.
“Quando falamos em tecnologia na integração, não falamos de software ou outros equipamentos, mas de processos mais estruturados que garantam ou conectem uma etapa atrás da outra, até chegar nesse alimento na ponta. É o mostrar como se faz”, resumiu Giampaolo Buso, diretor-executivo da Pari Passu, empresa do ramo da rastreabilidade.
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