Projeto junta empreendedorismo e sustentabilidade nas cadeias de soja e babaçu
O projeto uniu comunidades extrativistas, produtores de soja e parcerias acadêmicas e empresariais para promover o desenvolvimento econômico e social sustentável no Maranhão
No último mês a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) foi palco de um evento que marcou o encerramento do projeto “Cadeias Sustentáveis de Valor da Soja e do Babaçu no Maranhão”.
O projeto, viabilizado pela agência de cooperação alemã GIZ e executado em parceria entre a Rede ILPF, a Embrapa e o governo do Estado do Maranhão, reuniu diversos atores, desde comunidades extrativistas até produtores de soja, em uma colaboração inovadora que visa impulsionar o desenvolvimento econômico e social sustentável na região.
Inovação nas cadeias de soja e babaçu
Uma das marcas desse projeto inovador é a colaboração diversificada entre diferentes setores da sociedade.
Com a participação direta de comunidades extrativistas quilombolas, assentados de reforma agrária, produtores de soja e uma rede de instituições de ciência, tecnologia e desenvolvimento, como UFMA, Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Instituto Federal do Maranhão (IFMA) e Universidade Federal do Ceará (UFC), o projeto buscou promover a convergência de conhecimento tradicional e científico para fortalecer cadeias produtivas e agregar valor a produtos locais.
Ao longo de um ano e meio, a iniciativa concentrou esforços em desenvolver de maneira sustentável a cadeia extrativista do babaçu e a cadeia produtiva da soja. Além dos ganhos econômicos, a transformação social também esteve no centro da atuação, promovendo capacitação, empreendedorismo e geração de renda em diferentes segmentos da sociedade.
Da Ciência à Transformação Social
Marco Bomfim, chefe-geral da Embrapa Cocais, destacou a importância da colaboração na inovação. Ele ressaltou que a ressignificação do extrativismo praticado pelas comunidades extrativistas por meio da inovação social é um pioneirismo que traz não apenas agregação de valor aos produtos do babaçu, mas também uma nova perspectiva de qualidade de vida e autossuficiência para essas comunidades.
Isabel Ferreira, diretora Executiva da Rede ILPF, ressaltou a ênfase na agricultura sustentável e na segurança alimentar como parte do DNA do projeto. Ela celebrou os resultados alcançados por meio do esforço conjunto de diferentes atores.
O reitor da UFMA, Natalino Salgado Filho, enfatizou o poder da colaboração entre instituições em rede para criar produtos com agregação de valor e preservação ambiental.
Promovendo a Transformação Alimentar
Um dos aspectos inovadores do projeto foi o desenvolvimento de novos alimentos à base do coco babaçu, criando alternativas nutritivas e saudáveis que combinam conhecimento tradicional com avanços científicos. Foram criadas novas formulações para biscoitos, gelados, bebidas tipo leite, análogos de queijo, hambúrgueres e farinhas, atendendo a diferentes demandas do mercado de alimentos.
Guilhermina Cayres, chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Cocais e líder do projeto, destacou que esse processo não apenas agregou valor aos produtos da palmeira, mas também promoveu o empoderamento das quebradeiras de coco e suas famílias. O projeto não apenas transformou a relação do babaçu com a pobreza e o sofrimento, mas também capacitou as mulheres para multiplicar conhecimentos e gerar empreendedorismo e autonomia.
Valorizando as Conquistas Locais
O projeto também explorou o potencial da ILPF e do cultivo sustentável de soja na região. Marcos Teixeira, analista da Embrapa Meio Norte, compartilhou a história da tropicalização da soja no Maranhão e a transformação dos solos da região por meio de ciência e tecnologia.
A união de conhecimento tradicional com avanços científicos e tecnológicos mostrou que é possível impulsionar o desenvolvimento econômico e social sustentável. O sucesso do projeto demonstrou que, ao unir forças em prol da inovação, é possível colher resultados que beneficiam toda a sociedade, desde as comunidades locais até os mercados globais.