Projetos trazem inclusão social no meio rural

No painel desta quarta-feira (22), o Planeta Campo trouxe especialistas para debater o tema da inclusão social principalmente para os pequenos produtores

Projetos trazem inclusão social no meio rural

No painel desta quarta-feira (22), o Planeta Campo trouxe especialistas para debater um tema de muita importância para o agronegócio. Como fazer a inclusão social no meio rural, principalmente dos pequenos produtores?

Para a conversa participaram Luiz Leite, diretor do Projeto B.E.N na DSM, Joanita Karoleski, presidente do Fundo JBS pela Amazônia e Caio Penido, presidente do IMAC.

Agricultura familiar: uma força

Os pequenos agricultores produzem cerca de um terço dos alimentos do mundo, de acordo com uma nova pesquisa detalhada da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Cinco em cada seis fazendas no mundo consistem em menos de dois hectares. Elas operam apenas cerca de 12% de todas as terras agrícolas e produzem cerca de 35% dos alimentos do mundo, de acordo com um estudo publicado no World Development.

As contribuições dos pequenos agricultores para o fornecimento de alimentos variam enormemente entre os países, com a participação de até 80% na China e na casa dos poucos dígitos para o Brasil e a Nigéria.

A análise destaca a importância de dados melhorados e harmonizados para obter uma imagem mais precisa das atividades agrícolas para os formuladores de políticas públicas.

As estimativas atualizadas são de que existem mais de 608 milhões de fazendas familiares em todo o mundo, ocupando entre 70% e 80% das terras agrícolas  e produzindo cerca de 80% dos alimentos do mundo em termos de valor.

A nova pesquisa traz estimativas sobre o tamanho das fazendas: cerca de 70% de todas as fazendas, operando em apenas 7% de todas as terras agrícolas, têm menos de um hectare, ou 10 mil metros quadrados. Outros 14% das fazendas, controlando 4%, estão entre um e dois hectares, e outros 10% de todas as fazendas, com 6% da terra, têm entre dois e cinco hectares.

Enquanto isso, apenas 1% das fazendas do mundo possuem mais de 50 hectares, operando mais de 70% das terras agrícolas do mundo. E quase 40% das terras agrícolas são encontradas em fazendas com mais de 1000 hectares.

Em potências agrícolas, como Brasil e Estados Unidos, têm aumentado o número de pequenas propriedades assim, embora a parcela de terras agrícolas controladas por grandes fazendas tenha aumentado. Segundo os pesquisadores, isso pode ser causado por um boom na produção e consumo de alimentos localmente ou por aumento da desigualdade.

Projetos

Diante desses dados surgiram propostas para a maior inclusão dos pequenos agricultores dentro do meio rural.

P.R.E.M

Programa de Reinserção e Monitoramento (P.R.E.M) auxilia produtores que possuem áreas dentro da propriedade, e que são desmatadas ilegalmente a comercializar com as indústrias frigoríficas. Ele é um dispositivo pensado em parceria com o Ministério Público Federal em Mato Grosso (MPF-MT) para trazer a fazendo bloqueada para a legalidade.

Sobre o assunto Caio Penido que está inserido no projeto disse que apesar das dificuldades o projeto tem se mostrado efetivo.

“As vezes o pequeno produtor nem fez o Cadastro Ambiental Rural, não está inserido nessas novas tecnologias e fica difícil de fazer esse tipo de auxílio. Mesmo assim estamos de pouco em pouco conseguindo inseri-los nesse contexto e fazer com que possam utilizar dessa tecnologia e entrem nesse projeto.”

B.E.N

Já o projeto de Bem Viver e Nutrição (B.E.N) é baseado no programa Lenziemill, que é realizado desde 2016 no Malawi (África), um dos países mais pobres do mundo, e hoje já conta com mais de 20 granjas parceiras e produz mais de 25 mil ovos ao dia.

Na América Latina, com parcerias no Brasil e Peru até o momento, o objetivo é de nos próximos três anos ter pelo menos 15 novos parceiros e cobrir cerca de 20% das populações vulneráveis da região; produzir ao menos 25 mil ovos diariamente no primeiro ano e, em dez anos, produzir 700 milhões por ciclo e impactar 2 milhões de pessoas com nível de e desnutrição acima de 30% e mulheres com nível de anemia acima de 50%.

A iniciativa tem o objetivo de gerar renda para famílias carentes e erradicar a desnutrição de 1 milhão de crianças e de mulheres em idade fértil nos próximos dez anos em todo o Brasil.

“No momento o único investidor do projeto é a DSM, mas a equipe está em busca de novos parceiros para que a expansão para novas comunidades vulneráveis seja possível”, conta Leite.

Fundo JBS pela Amazônia

Por fim, há o projeto Fundo JBS pela Amazônia é uma associação civil brasileira sem fins lucrativos dedicada a fomentar e financiar iniciativas e projetos que visam o desenvolvimento sustentável do Bioma Amazônico, promovendo a conservação e uso sustentável da floresta, a melhoria da qualidade de vida da população que nela reside e o desenvolvimento com uso de tecnologia e ciência aplicada. Sobre o assunto, Karoleski comentou sobre as frentes que o projeto atua.

São apoiadas ações em três frentes:

CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DA FLORESTA

Com iniciativas focadas em Trabalhar na restauração, remediação e conservação da floresta no Bioma Amazônico, aumentar a produtividade das áreas já exploradas, promover a implantação de sistemas agroecológicos (foco no manejo da produção com conservação ambiental, biodiversidade, ciclos biológicos e qualidade de vida).

Com iniciativas focadas em, incentivar e impulsionar programas de bioeconomia para o desenvolvimento das comunidades, fomentar ações que gerem inclusão social e aumento de renda às comunidades locais e desenvolver a educação e a saúde local.

Com iniciativas focadas em investir em ciência aplicada para apoiar o desenvolvimento sustentável e engajar os setores produtivos (com foco na geração de negócios), fomentar e acelerar o uso de tecnologias inovadoras combinando geração de riqueza com respeito ao meio ambiente.

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