Qual a situação da pecuária e da cadeia da soja no Rio Grande do Sul?

Ambas as conjunturas foram discutidas nessa última terça-feira durante a Expodireto Cotrijal

A importância da pecuária para a economia gaúcha e os desafios que o setor enfrenta foram o tema central do evento promovido pelo Instituto Desenvolve Pecuária nesta terça-feira (5), durante a Expodireto Cotrijal.

A iniciativa reuniu especialistas e produtores para discutir estratégias para o desenvolvimento sustentável da atividade no estado.

O presidente do Instituto Desenvolve Pecuária, Luis Felipe de Barros, destacou a relevância da pecuária para o Rio Grande do Sul, que, apesar de ser o oitavo maior produtor de carne bovina do país, ainda não explora todo o seu potencial. Ele ressaltou a queda significativa nos preços do gado em 2023 como um sinal de que a atividade precisa de mais atenção e investimento.

“53% da carne bovina consumida no estado vem de fora. Isso demonstra a necessidade de valorizar a nossa produção local.”

O evento também abordou o papel da integração para os sistemas produtivos agropecuários.

O engenheiro-agrônomo Pedro Albuquerque, palestrante do evento, destacou a integração da pecuária com outras culturas e atividades agrícolas como forma de aumentar a produtividade e a rentabilidade.

 “O gado tem um papel muito importante na fertilidade do solo. Isso pode auxiliar, por exemplo, na plantação de soja, caso seja feita uma integração de maneira bem implantada”

Outros temas debatidos no encontro foram a importância da tecnologia e da comunicação para o crescimento da pecuária.

O técnico agropecuário Roberto Causa e o produtor rural Emer Sons-Lader apresentaram programas para a produção de carne de qualidade, com benefícios para a indústria e os produtores.

Fórum Nacional da Soja: debates sobre o futuro da oleaginosa

Soja

Foto: Envato

Também nesta terça-feira, a 34ª edição do Fórum Nacional da Soja, realizada durante a feira, reuniu especialistas para discutir os cenários agrícolas atuais, as perspectivas para as safras de soja e milho, e o papel do produtor agrícola na produção de energia renovável.

O engenheiro-agrônomo e consultor André Pessoa, palestrante do Fórum, destacou os impactos das irregularidades climáticas na safra brasileira de soja, que resultaram em reduções significativas de produtividade em alguns estados, mas lembrou que a produção continua alta.

“Apesar das adversidades, a produção nacional ainda é estimada em 152 milhões de toneladas”.

O empresário Erasmus Carlos Batistela, outro palestrante do evento, abordou o crescimento da produção de energia renovável no Brasil e o papel do agro nesse processo.

“Os produtores agrícolas estão cada vez mais envolvidos na produção de biocombustíveis e outras fontes de energia renovável, como a energia solar e eólica, o que é essencial para a cadeia de produção ser mais sustentável.”

Batistela também falou sobre o mercado de carbono e a importância da regulamentação e das certificações para o desenvolvimento do setor.

“O Brasil tem um grande potencial para se tornar um líder global na produção de biocombustíveis e outras fontes de energia renovável, mas é preciso investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação para garantir a competitividade do país no mercado internacional.”