Segunda safra de milho é prejudicada devido à falta de chuva
De acordo com o IBGE, a estimativa da safra de 2021 foi reduzida para 251,7 milhões de toneladas, 1% abaixo do desempenho do ano passado.
A falta de chuvas e as geadas dos últimos meses frustraram as perspectivas para mais uma safra de grãos recorde no país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa da safra de 2021 foi reduzida para 251,7 milhões de toneladas, 1% abaixo do desempenho do ano passado. E a possibilidade de novas reduções na estimativa, nos próximos meses, não foi descartada pelo IBGE.
Se confirmada, a queda na produção de grãos de 2021 será a primeira desde a safra de 2018. Naquele ano, a produção de grãos foi de 227,5 milhões, 4,7% abaixo do desempenho do ano anterior.
Mesmo assim, a safra de 2021 será a segunda maior da história, atrás apenas da registrada no ano passado, que somou 254,1 milhões de toneladas. A série histórica tem início em 1975, quando o Brasil produziu 39 milhões de toneladas no ano.
Segundo o IBGE, apesar do aumento de 4,3% na área plantada, para 68,3 milhões de hectares, a produção vai recuar neste ano, refletindo a queda de produtividade das culturas de segunda safra, com destaque para o milho.
A reportagem do Planeta Campo esteve na cidade de Monte Mor (SP) para visitar uma propriedade e acompanhar as dificuldades encontradas no atual momento da crise hídrica. De acordo com a produtora Mirian Poltronieri, a propriedade depende muito da irrigação. “A gente depende muito dela para a planta crescer, para a planta vir saudável, vir verdinha para depois dar um resultado para gente. Então a gente depende muito de irrigação, de chuva, e quanto mais demorar a chuva, e quanto mais demorar o dia exato para a irrigação, mais a gente vai perdendo a produção”, afirmou.
Miriam conta ainda que os produtores menores da região metropolitana de Campinas (SP) tem desistido da safra. O grão não cresce sem água. “Se não tem água, a planta não cresce. A gente tem um exemplo aqui, que eu posso te mostrar, é que a gente aproximadamente para nascer a planta é um palmo. A cada palmo tem que ter uma planta. Nos lugares que não tem, isso aqui é tudo falha que não nasceu por conta de água. Isso que eu molho aqui, é que não molha direito. Então, imagina se fosse tudo assim, a produção da pessoa. Aqui era para ter alguma plantinha. É falta de água. Se ela tem irrigação aqui, ela ia nascer linda e ia estar daquele tamanho que a gente viu”, contou a produtora. “Nessa época que era para ter chuva já e para o reservatório de água começar a subir, mas ao contrário disso ele está só descendo e estamos adiando as plantações”, afirmou. “Não há previsões de chuva quantitativa para plantar. Então decidimos adiar o lote porque não tem condição no atual estágio do tanque”, afirmou.