Um evento que vai acontecer entre os dias 16 e 18 de agosto em Campinas, interior de São Paulo, vai discutir as novidades nos sistemas de irrigação.
O tema principal, como não poderia deixar de ser, é a tecnologia e sustentabilidade.
Fernando Campos Mendonça, da Esalq/USP, de Piracicaba, também no interior de São Paulo, conversou com o Planeta Campo e falou sobre alguns dos desafios que os produtores tem para enfrentar quando se quer instalar sistemas de irrigação na lavoura.
Os desafios
Para o professor, a legislação é o principal tema que dificulta a implantação de sistemas de irrigação no país.
Ele aponta um exemplo: como tirar água do curso de um rio que está em uma Área de Proteção Permanente (APP) sem agredir tanto a natureza.
Outra questão é o processo de outorga, que fixa uma quantidade de água que pode ser retirada, mesmo que, em outras épocas, a maior quantidade permita uma retirada ligeiramente maior sem prejudicar a nascente ou o rio.
“Muitos produtores tem dificuldade em criar os sistemas de irrigação por causa dessas questões. A lei proíbe qualquer alteração em uma área de APP, mas, se ela for feita de uma forma que não agrida o meio ambiente, é possível”, aponta.
Sistemas de irrigação são importantes para o campo
A irrigação por gotejamento, por exemplo, é muito bem vista como alternativa sustentável, já que consome pouca água para ser realizada — apenas a parte onde fica a planta é irrigada de forma contínua.
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“Café e algumas frutas, que necessitam de espaços maiores para as plantas se desenvolverem, são bons exemplos da aplicação do gotejamento. Além disso, temos poucas perdas por evaporação. Só que é necessário saber utilizar esse sistema”, pondera.
Esse é um dos temas que também vai ser debatidos durante o encontro que vai acontecer em Campinas.
O que o Brasil tem a ensinar
O professor acredita que a agricultura brasileira tem muito a ensinar para outros países tropicais, especialmente.
Ainda que o número de áreas irrigadas no Brasil possa parecer pequeno — aproximadamente 10% de toda a área de cultivo –, os números se destacam a nível mundial.
“Digamos que são 5% da área irrigada que respondem por 16% de toda a produção nacional e 35% do valor bruto. São números que podem parecer pequenos, mas que são maiores que os mundiais”, explica.
A feira em Campinas
Durante três dias, a feira também será palco de 15 palestras e minicursos com grandes nomes da irrigação com destaque para o agronegócio, paisagismo e campos esportivos.
A expectativa é de que mais de três mil pessoas passem pela feira, incluindo visitantes de vários Estados brasileiros.
