Tecnologia que mede carbono no solo recebe certificação internacional

Mesma tecnologia utilizada pela Nasa para estudar o solo do planeta Marte é utilizada no Brasil pela Embrapa

Uma tecnologia que vai permitir aos produtores rurais medirem o teor de carbono no solo recebeu certificação internacional. Resultado de uma parceria público-privada entre a Embrapa Instrumentação e a empresa Agrorobótica, que possuem um termo de cooperação técnica para o uso da tecnologia em solos tropicais, a ferramenta chamada LIBS (Laser Induced Breakdown Spectroscopy ou Espectroscopia de emissão óptica de plasma induzido com laser) foi reconhecida pela Verra, plataforma de referência mundial em certificação de crédito de carbono.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Instrumentação, Ladislau Martin, o feito revela o protagonismo do Brasil na mensuração de carbono no solo.

“O que temos agora é uma ferramenta de menor custo, de maior facilidade de aplicação e que viabiliza escalar a tecnologia [LIBS]. Ela vai permitir quantificar carbono, demonstrar por exemplo que plantio direito ao ser comparado ao manejo convencional aumenta o conteúdo de matéria orgânica no solo e portanto, aumenta carbono no solo, e em determinadas situações confirma o sequestro de carbono no solo”, ressaltou.

Ainda segundo o pesquisador, a certificação da ferramenta traz possibilidade dizer o custo de determinadas práticas conservacionistas de solo e ainda amplia as medidas práticas adotadas no campo junto com produtores rurais.

“E assim vamos fomentar o mercado global de carbono“, pontuou.

Como funciona o LIBS

Trata-se de uma tecnologia de alta potência que gera plasmas nas amostras de solo, os quais geram emissões atômicas que permitem quantificar os elementos químicos dentro da amostra, entre os quais está o carbono.

“Conseguimos quantificar o carbono de forma mais rápida e eficiente. Essa é a mesma tecnologia que a Nasa está utilizando para coletar material do solo de Marte. A ciência brasileira viabilizou para trazer e auxiliar o mercado de carbono no solo.  Hoje existem diversas instituições desenvolvendo pesquisas nesse sentido”, contou Martin.

A certificação

Ao certificar a tecnologia, a Verra realizou uma revisão em toda a metodologia de certificação.

“Conseguimos certificar a nossa tecnologia na líder de mercado global e que vale para todos os países do mundo. O Brasil vai ser um grande player do mercado de crédito de carbono do solo,  que vai ser uma nova commoditie agrícola e uma nova fonte de recursos para os agricultores”, pontuou Fábio Angeles, Ceo da Agrorobótica.

Segundo o CEO, estudos mostram que o mercado de crédito de carbono brasileiro tem de tudo para chegar a R$ 100 bilhões de dólares até 2030.

Outro destaque apontado pelo Ceo foi a resolução de um problema que existia no mercado de crédito de carbono: o MRV (como medir, reportar e verificar o carbono estocado no solo).

“Essa parceria veio consolidar o que trabalhamos nos últimos 5 anos que foi essa metodologia MRV. Através de uma plataforma de inteligência artificial, nós trouxemos para o mercado nacional a certificação de crédito em carbono na agricultura, que sem dúvida já é uma nova commoditie para o Brasil”.

Serviço

Para conhecer melhor a tecnologia e obter mais informações, os interessados podem acessar o site agrorobotica.com.br.