Os Estados Unidos anunciaram o fim do tarifaço aplicado sobre produtos agrícolas brasileiros, uma medida considerada “absurda” pelo jornalista e especialista em Educação, José Luiz Tejon. Segundo ele, a decisão já era esperada, mas foi acelerada graças à articulação de lideranças do agro e à diplomacia brasileira.
Tejon destacou que, apesar de o Brasil ser superavitário na relação com os Estados Unidos, muitos dos produtos enviados ao país são essenciais para a indústria norte-americana.
Ele citou o café como exemplo, para cada dólar pago pelo produto brasileiro, os americanos agregam 43 dólares em valor na cadeia. “A indústria americana que utiliza produtos agrícolas do Brasil é a maior do mundo. Não existe suprimento que possa atendê-los se cortar o Brasil”, afirmou.
De acordo com Tejon, o trabalho conjunto de representantes do agro e do governo brasileiro contribuiu para melhorar a imagem do país no exterior e impactar positivamente a mídia norte-americana. Esse cenário, segundo ele, influenciou a decisão do presidente Donald Trump de derrubar tarifas que variavam entre 40% e 50% sobre itens do agro brasileiro.
Para Tejon, o fim do tarifaço não beneficia apenas o Brasil, a medida também é positiva para o próprio mercado dos Estados Unidos, especialmente setores como cafeterias, fast food e indústrias alimentícias, considerados os maiores do mundo e fortemente dependentes de matérias-primas brasileiras.
O especialista reforçou que barreiras tarifárias sobre alimentos geram apenas prejuízos, como aumento de preços, insegurança e impactos diretos na cadeia produtiva. “Alimento, não se brinca com barreira tarifária. Alimento, tarifaços, guerra tarifária não funciona. Só serve para você criar sofrimento, angústias, aumentar o preço dos produtos”, destaca.
Tejon concluiu dizendo que o agro é global e interdependente, e que a queda do tarifaço era inevitável, restava apenas saber quando ocorreria. “Tarifaço é um fracasso”, concluiu.
