Vantagem competitiva do agro nacional passa pela sustentabilidade, diz Lupion
Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária destaca, porém, que país necessita industrializar as commodities que produz
O seminário Brasil Hoje reuniu, nesta segunda-feira (22), autoridades e lideranças em São Paulo, capital. A transformação da cadeia produtiva brasileira do campo à indústria foi um dos destaques.
De acordo com o Deputado Federal e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion, além de exportar commodities, o país precisa industrializá-las para, assim, agregar valor à cadeia, melhorar a renda do produtor e gerar vagas de emprego que, consequentemente, incrementam ao Produto Interno Bruto (PIB).
“Temos sido protagonistas na proteína animal e em tantos outros produtos que dependem dos nossos grãos, mas debates como esses, com pessoas de outros setores, como tecnologia, economia, governo e judiciário são importantes para que entendam a realidade do nosso setor e saibam os desafios que nós enfrentamos”.
Desafios do agro
Lupion enfatiza que o agronegócio brasileiro ainda precisa, em pleno 2024, tratar de direito de propriedade. “Estamos vendo muitas invasões e temos de tratar da melhoria da legislação para evitá-las. É o que temos feito no Congresso Nacional, um pacote anti-invasão”.
De acordo com ele, outra dor permanente são os problemas logísticos, cuja resolução depende de investimento e, para tanto, se faz necessária a melhoria do licenciamento ambiental.
“É uma burocracia sem critério nenhum e que atrapalha o desenvolvimento de diversas regiões do país. A Ferrogrão é um grande exemplo disso. Podíamos escoar a produção e ter um exemplo de logística mundial, mas, infelizmente, por causa do licenciamento ambiental, não conseguimos avançar”, afirma o deputado.
De acordo com ele, questões financeiras, como o crédito rural, necessitam ser resolvidas pelo governo, o que, na visão do parlamentar, não vem acontecendo.
Sustentabilidade e vantagem competitiva
Lupion salientou que o Brasil possui vantagem competitiva no agronegócio em relação aos principais concorrentes.
“Temos uma agricultura que se adapta ao clima e conseguimos até três safras em um ano, além de produtores que, às vezes, conseguem uma quarta safra. Atingimos enormes produtividades e atingimos as 320 milhões de toneladas de grãos [na última safra], algo que ninguém no mundo consegue fazer”.
Para ele, a cadeia produtiva do agro nacional tem conseguido ser autossuficiente, a exemplo da cogeração de cana-de-açúcar, biometano e energias energias renováveis, o que reduz o uso de combustíveis fósseis, algo que traz competitividade sustentável ao Brasil.