“Árvore cortada vale mais que a árvore em pé” diz Carlos Pellicer
O fundador da Zero Summit, evento que teve um painel sobre a relação entre mercado de carbono e a agricultura, explicou que o crédito de carbono ainda está muito desvalorizado no Brasil e que o investimento em sustentabilidade precisa ser maior
Nesta quinta-feira (23), o Planetário do Ibirapuera recebeu o segundo dia de evento do Zero Summit. O foco do dia foi na valorização, cuidado e preservação do patrimônio histórico e ambiental -, conectando o coração verde da capital paulista ao propósito do evento.
Um dos embaixadores do evento o atual piloto da Fórmula E, Lucas Di Grassi disse que o evento se torna interessante por conta da interatividade entre as empresas, onde cada indústria ajuda uma a outra.
“Temos que poder tirar proveito desse futuro de zero carbono. O Brasil tem um futuro brilhante quanto a essa questão e depende muito das empresas para que esse objetivo seja alcançado” ressaltou.
A programação teve painel o de Agronegócio e nomes consagrados irão representar empresas referência no mercado, como Bunge, UPL, SLC Agrícola, AGCO, dentre outras. O tema principal discutido foi sobre o mercado de carbono.
Jon Moore, CEO da Bloomberg contou sobre algumas oportunidades e desafios que o ESG tem trazido para o mundo e para o Brasil.
“Precisamos diminuir a temperatura para que possamos chegar no objetivo de NET ZERO. Além disso, é fundamental que aumentemos ainda mais o investimento nessa questão. Cerca de 7 trilhões de dólares até 2030. Isso ocorre porque o investimento na transição energética aumentou mas a demanda também”, disse
Moore ainda ressaltou que o futuro para a energia do Brasil até 2050 virá do sol e de maneira eólica, mas que uma das questões que o Brasil precisa urgentemente de investimento é na biodiversidade.
“Ainda não é suficiente, principalmente em questão da floresta amazônica, uma das principais fontes de captura de carbono mundial. A perda dessa biodiversidade vai trazer custos ainda mais elevados. O volume de investimento é muito necessário e o Brasil tem muita importância nesse contexto”.
Um dos fundadores da feira Zero Summit, Carlos Pellicer ressaltou a questão do agronegócio e disse que o agro não é problema, é uma das maiores soluções para a questão do carbono zero.
“Agro está virando a chave, está incorporando tecnologias, metodologias. O que precisamos começar a fazer é a certificação das propriedades brasileiras.”
Pellicer ainda ressaltou que não há uma regulamentação para floresta plantada e nem para agrosistemas e que a árvore cortada vale mais que a arvore em pé.
“Se o carbono valesse mais no Brasil, veríamos uma grande mudança na forma que tudo é conservado. Hoje um crédito de carbono vale 10 dólares na Amazônia enquanto no exterior pode chegar a 100. ”
Por fim, Rogério Melo, Carbon and Food Value Chain Manager da UPL diz que a empresa quer reimaginar a sustentabilidade na agricultura.
“Queremos ao mesmo tempo diminuir o impacto ambiental, aprimorar a sustentabilidade na agricultura, promover o bem estar das comunidades e contribuir para a segurança alimentar. Acreditamos que conseguimos fazer tudo isso de maneira limpa,” finalizou.